PARA COMEÇAR BEM 2010

Planejei começar este ano escrevendo um texto sobre uma superstição de virada do ano, no entanto, ainda não tenho controle sobre as palavras e elas se moldam conforme sua vontade. Já que o texto sobre a superstição – o que fizermos durante a passagem de um ano para o outro será o que faremos pelo resto do ano que está começando – não quis ser escrito, escreverei sobre o inexplicável funcionamento das máquinas.

Certa vez li um texto sobre a conspiração das impressoras. Não me lembro de quem era o texto e nem o que dizia exatamente, lembro-me somente que falava sobre o curioso fato de que as impressoras sempre param de funcionar quando mais precisamos delas. Tive que concordar com o autor do texto, pois já havia passado pela experiência. Esse pode ser considerado um exemplo do inexplicável funcionamento das máquinas.

Outro inexplicável funcionamento das máquinas, que posso até considerar como uma coisa um tanto maluca, é quando os aparelhos param de funcionar e baseados em nossos restritos conhecimentos sobre tecnologias, – às vezes, restrito a antiga técnica de dar algumas batidinhas – tentamos arrumá-los, porém não temos sucesso. Então a única solução que encontramos é chamar um técnico para ver se ainda há conserto ou, inevitavelmente, teremos que comprar um novo.

A coisa maluca da qual lhes falava se refere ao fato de que quando o técnico chega para averiguar o problema, inexplicavelmente o aparelho volta a funcionar. Assim do nada. E ficamos com caras de tacho, pedindo mil desculpas e tentando explicar que ele não estava funcionando, que você não sabe o que pode ter acontecido... Alguns parecem entender a situação, mas outros se mostram bastante irritados pelo tempo que desperdiçaram.

Toda esta quase breve introdução é apenas para lhes contar sobre a situação um tanto constrangedora que vive hoje.

Quase duas semanas sem celular, resolvi comprar um novo, já que não compensava realizar o conserto do antigo. Depois de duas visitas na loja e mais de dez minutos para escolher o novo aparelho, enfim, me decidi.

Enquanto a moça colocava o celular na caixa, quis mostrar-lhe o que havia acontecido com o meu, ainda nem sei por qual motivo tomei a decisão de lhe mostrar, apenas senti essa necessidade – talvez seja uma dessas coisas que chamam de intuição ou coisas do gênero – e eis que tenho uma surpresa:

Inacreditavelmente o meu aparelho estava funcionando. Inacreditavelmente...

E agora, o que fazer? Gostava tanto do meu celular, só o estava trocando pois havia parado de funcionar, portanto, se ele estava funcionando, não havia motivos para gastar uma quantia considerável de reais com um novo.

Não, não compraria um novo. Com o melhor sorriso que pude esboçar, pedi mil desculpas para a moça da loja e para servir de consolo, disse-lhe que se o aparelho desse problema novamente, voltaria.

Só espero que ele funcione por bastante tempo, pelo menos, tempo suficiente para a moça esquecer-se do meu rosto e do tempo que lhe tomei...

Dany Ziroldo
Enviado por Dany Ziroldo em 05/01/2010
Reeditado em 05/01/2010
Código do texto: T2012808
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