COMO LIDAR COM A CALÚNIA E A DIFAMAÇÃO.

COMO LIDAR COM A CALÚNIA E A DIFAMAÇÃO.

Existia na época do império, numa simples província onde todos laboravam de sol a sol para a manutenção de seus lares, uma mulher, cuja principal característica era semear a discórdia.

Suas palavras eram carregadas de sarcasmo e dúbia interpretação e, em muitas ocasiões foi à responsável pela desavença entre irmãos, pais e filhos , marido e mulher e toda sorte de viventes que por azar fizessem moradia ou estivessem de passagem pela região.

Suas palestras à beira dos riachos onde as mulheres lavavam roupas eram sempre de intrigas e mentiras, mas eram tão convincentes que muitas das ingênuas senhoras acreditavam e, daí a tirar satisfações infundadas com outras pessoas era questão de horas.

O tempo foi passando e as sementes da discórdia acabavam com as famílias, criava dúvidas e mantinham os ambientes carregados e tristes.

Mas, nem tudo dura para sempre, e muitas vezes é chegada à hora em que, ao peso da idade ou da doença as pessoas acabam por se encontrar consigo mesmas e fazer um exame de consciência.

Quando essa mulher olhou para os idos de seus dias e verificou o quanto de maldade espalhou na face da terra, buscou, como consolo a confissão de seus pecados.

Procurou entorpecida de dor na consciência, o pároco local, e expôs ao mesmo o quão desenfreado tinha sido sua língua e o que deveria fazer para reparar seu imenso e continuado erro. Ela queria o perdão.

O padre, sabedor de sua sórdida língua, deu o seguinte conselho:

“Minha filha, para que você possa ser perdoada dos pecados e das injúrias e difamações praticadas durante todos esses anos, você deve pegar um travesseiro de penas, aguardar um dia de muita ventania, subir no campanário da igreja à noite, rasgar o travesseiro e soltar todas as penas ao vento. Quando a última pena for levada ao sabor da ventania você deve sair à cata de cada uma delas e quando a última pena for resgatada, seus pecados serão perdoados.”

MORAL

É muito fácil soltar palavras ao vento, difícil é resgatá-las . A palavra são como as pedras atiradas a esmo, após sair de nossas mãos não sabem onde vão cair e os danos que podem causar.

Guilhermino- Adaptado do conto de Malba Tahan

Techodelogte
Enviado por Techodelogte em 07/01/2010
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