Educação e sustentabilidade ecológica

Educação e sustentabilidade ecológica

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Discursa-se abundantemente em crise ambiental nos dias atuais. Todavia, não é o sistema climático terrestre que está em conflito a meu ver. Hoje se vive um colapso no que se refere aos valores em geral. E isso acaba desencadeando muitas dificuldades hodiernas em diferentes âmbitos da sociedade e acaba gerando a ameaça ao meio ambiente.

A sociedade está tentando escapar da cultura antropocêntrica de tudo. O antropocentrismo autoriza a pessoa dominar tudo o que é natural, inclusive o sistema planetário de forma desenfreada como se a sua vida fosse excepcionalmente um elenco caprichos para satisfazer o próprio ego. A conseqüência desses protótipos e das injunções do sistema de capital é a deficiência socioambiental em que o planeta vive.

A educação ambiental sempre foi orientada para o consumo, sem o mínimo esforço para com a preservação. Só agora que se fala na educação e de modo ainda muito acanhado, de cadeia biológica, diversidade biológica, preservação das cadeias biológicas... É sério!

A natureza não pode ser vista como aspecto econômico de jeito nenhum. Essa história de parques ecológicos para visitação turística é uma anomalia. E existem muitos espalhados pela terra. O sistema natural não é um objeto que está à disposição do ser humano para lucro e acúmulo de capital. Pois a natureza do planeta era um todo agregado e interdependente, imprescindível para a ininterrupção da vida na terra.

A dominação, a exploração e a privilégio poucos precisam dar espaço ao cuidado e à responsabilidade. O amplo desafio é o crescimento sustentável, que busca a estabilização entre o desenvolvimento social, econômico, político e o cuidado com vida planetária. O desenvolvimento sustentável é tremendamente amplo, uma realidade que obriga todos os âmbitos da sociedade, todos os países do mundo a se unirem numa só causa. Caso contrário, a população terrestre terá seus dias contados e o planeta iniciará um novo ciclo, onde tudo se reiniciará. E bem possível, sem a presença humana que se diz inteligente. Aí quem sabe ele durará bem mais. Desde que não apareçam alguns seres que se dirão inteligentes de novo.

A questão antropocêntrica acredita que um crescimento econômico tem poder de solucionar todos os problemas. Todos os subsistemas do planeta estão interligados ao econômico. E a biosfera que é finita e que mantém tudo isso vai ficando ferida. Pelo fato do sistema econômico ser aberto, todos os seus seguimentos afetam diretamente a natureza do planeta. O itinerário do progresso precisa ser mudado, é necessária uma mudança de um sistema econômico aterrorizante, para um sistema sustentável.

Há uma demanda de recursos cada vez maior, mas ainda estão distantes do necessário. Nunca se pode esquecer que o sistema econômico e realidade material não devem ter um fim em si mesmo.

Onde não há ambiente saudável, o crescimento da economia é sem sentido, o desenvolvimento tecnológico não tem finalidade. Apenas serão insustentáveis e não estarão a serviço da vida. Quando falo vida, não me refiro somente à humana, mas à vida do planeta. É preciso mudar o foco no acúmulo de capital, e nortear para o mundo da partilha e da melhor utilidade.

O ser humano precisa urgentemente mudar o seu comportamento com referência à natureza. Caso contrário, a harmonia com o Kcosmoi = casa - mundo ficará distante e o fim iminente. Os nativos sejam da América, da África e da Ásia dão lições magníficas de como viver em harmonia com a Mãe Terra.

É isso aí

Referência de leitura = Leonardo Boff – Saber cuidar, ética do humano – compaixão pela terra, Vozes, Petrópolis, 2000.

Acácio

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 07/01/2010
Código do texto: T2016465
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