Os deuses gregos....eu conheci o mito

Maria Antônia Canavezi Scarpa

A natureza se reconstrói na medida que pode, e o homem usa sua força para que possa seguir adiante na sua multiplicidade, desde o real às suas transcendências , em ser ou não ser mortal...um deus... foi assim que enveredei pelas ruínas gregas, tentando reconstruir seus princípios e o porque desta eternidade mística, reunidas nestas criaturas excelsas, que ousamos acreditar.

Gostaria de ter estado lá, com mais bagagem e conhecimento do que levei, saber a origem das coisas, na medida que percorria o solo por onde pisaram estas grandiosidades,na Acrópole pude sentir a presença de Artemis, Apolo, Pã,Baco,Poseidon,Ceres,Cronos,Pandora,Vênus,Páris, Helena, Afrodite, Adônis Urano,Netuno,Hermes, Mercúrio,Marte os Titãs e os Ciclopes, todos em Assembléia

Cada construção arquitetônica, mesmos elas estando devastadas, tem nas suas ruínas um pouco destes deuses, alimentando a nossa curiosidade; mesmo não tendo o dom filosófico, sem querer vamos remontando seus habitantes lendários, porque há no ar a essência de suas existências, que pode até parecer complexo e impossível, mas existe uma figura soberana que nos ajuda : - Zeus, o deus do Olimpo, este que comandou uma legião inteira de seres mitológicos, vem para nos guiar e aprender com eles a beleza da arte, da poesia, da fertilidade, o ciclo de todas as estações, ou a força da natureza .

Em cada pedacinho de pedra , senti aguçar os pensamentos e passei a viajar nos seus mistérios, sem ter limites. Percorri quilômetros nestas terras míticas; desde o momento que aportei em Atenas, navegando nos mares azuis, explorei suas ilhas, depois olhando o Peloponeso na sua majestade.

Senti um vínculo emocional, por onde quer que eu fosse, veria, mas não viveria o belo, o trágico, o lírico e o intelectual, da Ordem e a Desordem, mas para cada palavra, cada uma de tantas milhões que existem, entendi porque se originam do grego, este misterioso império, desde Gaia a terra, que foi se abrindo para dar entrada ao Caos, a Noite e ao dia que passou a compartilhar com ela o Céu e suas sombras. Não foi por acaso, que orei no oráculo de Apolo, no Santuário de Delfos, e agradeci a oportunidade de subir nos seus degraus e olhar lá do alto um imenso vale se descortinando, para que eu entendesse um pouco mais, suas histórias; quase ouvi o coro das Graças e das Musas.

Foi no berço das civilizações, que acordei dias e mais dias para contemplar com muita energia a morada dos deuses, todas suas heranças reunidas nos seus múltiplos templos, compartilhei suas alegrias, e todos os seus outros sentimentos, e como num ritual, voltei impregnada de fatos e histórias, para jamais me esquecer ao seguir minha natureza e as coisas usuais da vida, pois sou mortal.

Crônica Publicada na "2ª Coletânea Teia dos Amigos"

Sorocaba-SP Julho de 2009

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 11/01/2010
Código do texto: T2024155
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