Fio da Navalha
Não posso escrever o que penso, não tenho este direito. O meu limite é estreito, tão fino quanto pode ser o fio da navalha.
Todos os dias acordo, abro os olhos, enfrento a realidade, encaro todas as mascaras que encontro no caminho, elas fingem que não me vêem, eu as vejo bem, umas mais falsa que a outra, representam personagens que não são seus, arquétipos de si mesmos, frágeis como papel de seda, papier maché ou porcelana, umas resistem à chuva outras quebram fácil.
Todas parecem representar desejos, sonhos impossíveis, fraquezas pessoais personalidades que gostariam, mas não podem ter.
É inerente a natureza do ser humano, nunca estar contente com o que tem ou com o que é, acha sempre que falta algo que outro tem.
O comercio e a propaganda jogam bem com isto, vaidade, orgulho e inveja, hoje o que era pecado, virou virtude um dom, um talento a mais.
Em palestras motivacionais, especialistas da área, usam o orgulho, a vaidade e a inveja, como predicados que devam ser usados para alcançar metas.
Vira uma verdadeira guerra, um querendo ser melhor que o outro, usando de todos os meios para derrubar quem esta por cima, não importando mais o jogo de equipe, o que vale é o individuo, até o sentido de empresa deixa de existir.