A balada o abalou
Era pra ser só uma balada
Mas virou uma grande enrrascada
Uma aventura na cidade grande
Vivida por um jovem caipira errante
Sua timidez o impedia de sair
E nunca teve muito pra onde ir
Uma noite, porém, saiu para passear
Dizendo que ali iria se esbaldar
O lugar era uma bonita danceteria
Contudo ele nunca imaginaria
Que, chegando à portaria
Uma cena o estarreceria
Vendo tudo aquilo seu olhar fitou
E ele, moço ingênuo, então pensou:
"Gente, como é que pode?
Dois marmanjos na entrada amarrando seus bigodes!"
E depois daquilo que viu
Seu raciocínio lógico seguiu:
"Deus do Céu, olha onde eu parei
Justamente num lugar onde só tem gay!"
Longe de qualquer preconceito
Pois, pra ele, era algo totalmente aceito
Refeito do susto e estando no lugar
Resolveu ir à pista e, do seu modo, tentar dançar
E por lá ficou até se exaurir
Decidindo parar um pouco e sair
Queria um lugar para se sentar
Foi quando avistou à frente um sofá
Tamanho era o cansaço que ao sono foi levado
Não percebendo quem sentara ao seu lado
Um gordinho interessado pegou em sua mão
o susto foi tão grande que quase ficou sem coração
Um tapa na mão do rapaz foi dado
nosso amigo sentiu-se violado
Aquilo para ele foi uma grande surpresa
nos olhos do outro garoto, visível era a tristeza
Sua primeira aventura na cidade ficará na história
E o flerte de um pretendente pra sempre em sua memória
Além da lição por ele aprendida
De sempre saber onde ir antes da partida.