Quando eu abro a minha janela...

Todas às vezes que eu acordo, abro a minha janela e contemplo o verde que está diante de mim.

Que cenário lindo e melancólico. Fico por horas olhando para aquele infinito cercado de terra vermelha, matos, árvores e diversas plantas.

Olho aquele senhor, velhinho e com muita dificuldade para andar, a carregar um balde pesado para regar as árvores que ali plantou. Como me surpreende o fato de que ele tem dificuldades e ainda assim, carrega vários baldes de um lado para outro da rua. Que carinho com aquelas árvores frutíferas que ele plantou na rua. Talvez nem tenha tempo de aproveitar os frutos, mas sua preocupação é deixar sua marca para as próximas gerações.

Saborear deliciosas mangas fresquinhas, tiradas do pé; colher pitanga docinha, amora, laranja, maracujá, abacate, goiaba e os vegetais e remédios que esse nobre senhor se dispôs a plantar e cuidar diariamente. E isso tudo, em frente nossas casas, na rua mesmo, onde talvez algum desinformado jogaria seu lixo, mas foi sabiamente utilizado por alguém que quer salvar o planeta.

Tanto podemos fazer pelo nosso mundo, mas é nas coisas simples que percebemos onde está a sabedoria. Não sei se as próximas gerações irão preservar nosso espaço, mas o que sei que enquanto eu estiver perto dele, vou cuidar para que ninguém "roube" o nosso tesouro. Porque sou brasileira e não abro mão de abrir todos os dias a minha janela e me deparar com a imagem do senhor de cabelos branquinhos e feliz.

A vida é uma caixinha de surpresa
Enviado por A vida é uma caixinha de surpresa em 20/01/2010
Reeditado em 05/04/2012
Código do texto: T2040736