Filho de peixe, peixinho não é

Nascido em uma família rica, Roberto recebeu uma boa educação, sempre as melhores coisas, tudo ao seu alcance. Cresceu em meio às pessoas do mesmo “nível”, como diziam. Dinheiro e poder era o que quase todos de seu círculo social, principalmente os pais, achavam ser necessário na vida. Mas Roberto não era feliz. Seus pais não entendiam como ele, tendo tudo, não se sentia bem. O jovem tentava seguir os passos do pai, um grande empresário, e nada... Não conseguia se encontrar e nem achar seu verdadeiro lugar, seu rumo...

Certo dia, em uma das recepções que seus pais ofereciam aos amigos e conhecidos para que pudessem alegrar o filho, Roberto conhece Karen, uma moça linda que fez o coração do rapaz se alegrar novamente.

Durante algum tempo o jovem ficava a observar Karen que, astuta, percebera e fazia de tudo para que ele se interessasse por sua pessoa. No decorrer da noite, os dois jovens foram se conhecendo melhor, a moça se mostrava uma boa pessoa, com boas conversas, idéias e cada vez mais interessada. O tempo foi passando e Roberto se encantando. Após uma semana de encontros constantes, a interessante moça foi mostrando sua verdadeira personalidade: interesseira, pedante, fútil, como todas à sua volta. As máscaras foram caindo, Roberto se decepcionando e se fechando ao mundo, se isolando novamente.

Justamente quando o triste e agora esperançoso Roberto imaginava que uma luz iria iluminar seu caminho e lhe indicar um rumo, quando uma chama estava se acendendo novamente em seu coração, esta foi apagada e o sofrido coração do rapaz se congelou de vez. Tinha que haver pessoas que não viviam em torno do poder e dinheiro como sempre teve o exemplo em casa e por onde olhava!

Depois de grande decepção, Roberto acaba conhecendo um monge. Agora sim, havia encontrado um exemplo de dedicação, de dignidade, de ser realmente humano! O jovem então, decide seguir uma vida diferente... O rico e, antes, vazio Roberto abandona tudo e segue o velho monge. Seu pai ficou extremamente decepcionado, pois pensava que seu herdeiro seguiria seus passos. Ledo engano! Enquanto a maioria à sua volta se encontrava no poder, no dinheiro, no jogo de interesses e toda a vida de regalias, Roberto finalmente se encontrou em um mosteiro, auxiliando ao próximo, se dedicando à uma causo bem maior. Quem diria... “Filho de peixe, peixinho não é”!

09/2005

Andrea Braga
Enviado por Andrea Braga em 30/07/2006
Código do texto: T205050