Num País Muito Distante Daqui

Realidade de um país muito distante daqui, de certo irreal, ilusório. Um povo criado apenas para ilustrar histórias literárias.

Eis:

As mazelas sociais crocitam famílias continuadamente, de uma forma intolerante, sem perspectivas de alívio do constante buraco em que vivem.

E as mazelas sociais aumentaram, se somam a cada dia, e potencializarão no futuro. Cada vez mais pessoas viverão com mínimas condições, sobrevivendo de migalhas e mixarias das vontades alheias.

Pasmem. Os pobres continuarão pobres, sempre, até o fim da vida, por motivos distintos, que não nos cabe listar. Não terão nem perspectivas. Sobreviverão por meio de favores em troca de votos eleitorais, esmolas, sempre com suas mesmices, procriando, gerando filhos de forma descontrolada, sem mínimas condições de criá-los, transformando-os em vítimas e cultivando o ciclo vicioso.

Aquelas pessoas que pertenciam a tal chamada classe média, os trabalhadores, que acordam cedo e dormem tarde, sustentam famílias, que estudaram e gastaram seus tempos e dinheiros. Essas rebaixaram de posto. Tornaram-se também miseráveis, pois trabalham de forma desproporcional ao que recebem. São mal remunerados. A cada salário recebido depositam fortunas, que são suas, e de mais ninguém, na conta de governantes, em impostos que não tem fim. Um trabalhador que exerce sua função e recebe ao final do mês um salário de dois mil reais deixa nos cofres alheios cerca de quinhentos reais, sobra-lhe então mil e quinhentos. Então esse trabalhador ainda precisa pagar imposto para ter seu carro, que por si só já saiu o olho da cara, imposto para morar em sua própria residência, a luz é cara, a água também. Na gasolina estão depositados milhares de impostos, e ele para andar dez quilômetros em seu automóvel gasta dois reais e sessenta centavos de combustível. No supermercado, o pé de alface que compra, deposita impostos. É inadmissível!

E destes impostos pagos, nosso trabalhador trivial usufrui deles? Se um assaltante qualquer, desses espalhados aos montantes por aí, quiser entrar em sua casa, roubar seus pertences, seqüestrar sua filha, estuprar e matar sua esposa enquanto dorme, ele será impedido, este assaltante, por conta da segurança pública que tem direito?

E se nosso trabalhador tiver um infarto agudo do miocárdio, num sábado a tarde, terá ele acesso rápido a exames e médico cardiologista? E se necessitar de uma cirurgia de urgência?

Terá direito, os filhos do nosso trabalhador, a uma educação digna? A uma educação responsabilizada por professores que são remunerados por meio de um salário mínimo.

Usufruímos nossos direitos?

O socialismo tem destas.

E o rico? Dificilmente empobrecerá. Digo mais, sua fortuna aumentará de forma assustadora, como milagre, engordando sua já poupuda conta bancária.

Heróis embarcam para um destino incerto, um tal de Haiti, que está em destroços. Arriscam suas vidas por pessoas que deles necessitam e clamam. Em troca de nada, apenas paz na consciência. Vão, não sabendo o que encontrarão e sem saber se vão voltar, apenas para deitar suas cabeças em travesseiros e dormir tranqüilos. Enquanto isso os políticos desse país escondem dinheiro público, esse mesmo que nos é tirado todos os dias, em cuecas e meias.

São os bons e maus exemplos desse país muito distante daqui. Há como viver nesse lugar?