Renúncia

Não consigo deixar para ser feliz amanhã.

Pode não haver tempo.

E deixar para amanhã é uma forma de ser infeliz.

Chamam-me ansiosa e impulsiva por isso.

Não entendo assim.

Reconheço minha vontade louca de viver.

Por isso julgo-me feliz.

Construo meu dia, não planejo o amanhã.

Descarto a saudade que sufoca e a rotina que acomoda.

Às vezes desencontro-me e caio na rotina.

Mas acordo sempre em tempo que o medo tome conta e me impeça de correr riscos.

Não suporto os “quase”, os “mais ou menos”.

Sou gulosa da vida.

A verdade é minha meta, meu caminho, mesmo que para isso perca pessoas, amores.

Renuncio ao amor se for dor.

Amor não pode doer.

Acredito que os momentos melhores da vida vêm por si mesmo.

Não é preciso então esperá-los.

Vivo hoje a realidade, pesadelo dos meus sonhos.

Renuncio ao amor que acordou do sonho.

Não me importo.

Voltarei a sonhar.