SABEDORIA. ANSIEDADE. PACIÊNCIA.
Um discípulo foi ao seu mestre e disse fervorosamente:
"Eu estou ansioso para entender seus ensinamentos e atingir a Iluminação!
Quanto tempo vai demorar para eu obter este prêmio e dominar este conhecimento?"
O mestre casualmente respondeu:
"Uns dez anos..."
Impacientemente, o estudante completou:
"Mas eu quero entender todos os segredos mais rápido do que isto! Vou trabalhar duro! Vou praticar todo o dia, estudar e decorar todos os sutras, farei isso dez ou mais horas por dia!! Neste caso, em quanto tempo chegarei ao objetivo?"
O mestre pensou um pouco e disse suavemente:
"Vinte anos."
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Estamos diante da integral didática que coloca freios na vontade e estabelece a necessária disciplina.
Nada se adquire na conquista do tempo sem que o devido tempo permita.
A impaciência imobiliza o exercício do pensamento.
Sem pensar não há como meditar o que se estudou, sem meditar sobre o que se estudou não há como aprender, sem aprender não há como entender e muito menos compreender.
Somos estrada e caminhante, a jornada descreve o tempo em que se aprende e o que deve ser aprendido desde que a paciência permita ao tempo fazer escola.
Nas margens do caminho deixamos o passado que enriqueceu e guardamos o aprendido que abrirá as portas da compreensão nas distâncias longas anunciadas pelas vicissitudes.
São as mudanças que farão e trarão a possibilidade de harmonizar com paciência a realidade e a visão quimérica da pretensão de subir mais rápido a montanha, pois no topo de difícil chegada estarão poucos, logo que o espaço é pequeno, e inexistindo humildade, esse plano alto, mas de limites reduzidos para que nele se possa estar, mostrará ao que lá chegou que a queda é muito maior.