Sétima sinfonia

Consta que van Beethoven tinha horror aos invejosos; seria Mozart um invejoso, vendo naquele jovem, alguém que seria maior que ele? - ele que estava no fim de uma vida cheia de glórias e de realizações? O encontro dos gênios foi em Viena, com Mozart aos 31 anos, doente e acabado fisicamente e Beethoven 14 anos mais moço. Diz o biógrafo de Beethoven, que Mozart recebeu de Deus uma obra pronta e acabada, enquanto Beethoven escreveu uma obra para os céus! Visitei a casa do compositor em Bonn; junto ao seu piano, passavam-me pela cabeça suas músicas, suas sinfonias e sonatas, sua obra imortal. Mozart não poderia ter inveja de ninguém; Mozart era Deus sob a forma de partituras e sons, mais de sons do que de partituras. Não adianta insistirem em compositores menores, pois, Bach, Mozart, Beethoven e outros permanecerão até que a próxima big bang, se processe pelo avesso. Volto a perguntar - o que é música? qual é seu significado? Pelo menos, uma coisa interessante para os compositores invejosos - Beethoven era filho de um alcoólatra; não bebia, mas vivia embriagado pela própria vaidade e empáfia, desprezando reis e, por que não dizer às mulheres; não querendo eu dizer nada além disso! Suas paixões eram sempre por mulheres muito jovens, geralmente platônicas, para as quais escrevia cartas bombásticas, mas pouco objetivas. Tereza, menina de 14 anos, foi uma de suas grandes paixões, já beirando os 40 anos; costumava ser recusado subjetivamente, pois, nunca se declarava com clareza! Um gênio como Beethoven jamais precisaria de aparência física para suas conquistas. Consta que no citado encontro ao qual me referi, Mozart deu um tema para que Beethoven improvisasse; Beethoven improvisou durante 40 minutos, diante da admiração de Mozart, que previu um grande futuro para o compositor. Como vocês sabem, Mozart estava certo! Certíssimo! Devo parar de escrever para ouvir a 7ª Sinfonia de Beethoven. Porventura, seria eu também um grande invejoso?