Eu sei que vou votar

Quando o assunto é eleição, sou parte dos eleitores indecisos. Estou no meio dessa gente que, apesar do descrédito na classe política, não pensa em anular o voto, e, alheia às pesquisas e favoritismos, aguarda os debates no horário eleitoral. Daqui para frente o povo é o centro das atenções e os políticos sabem como chegar até ele, com suas promessas, apertos de mão nas calçadas, abraços em festas e comitês. Mas, apesar da indecisão, percebo que não só eu, mas toda essa gente anda mais prevenida e atenta ao marketing político.

De acordo com pesquisas, grande parte dos eleitores indecisos são mulheres. Somos nós que deixamos nosso voto para última hora, e talvez quem sabe, podemos decidir a eleição. Aliás, decisão é mesmo coisa de mulher e, sabendo disso os marqueteiros devem utilizar todo tipo de informação de impacto sobre o eleitorado feminino. Temas como aborto, prevenção de doenças, violência e oportunidades no mercado de trabalho devem ser incluídos nas propostas dos candidatos. Claro que não devemos olhar somente nessa direção e esquecer propostas voltadas para a sociedade geral, que quer e tem o direito de votar e cobrar do seu candidato. Por isso, o discurso da importância do voto nunca sairá de moda.

Votar ou não votar é uma decisão pessoal. Sabemos que, principalmente para a mulher, foi uma conquista demorada e importante. Muitas vezes nas conversas ou num bate-papo informal, percebo a indiferença de algumas eleitoras quanto ao cenário político e as próximas eleições. Para algumas mulheres, política ainda é assunto de homem e daí se distanciam dos debates e votam por votar, sem se interessar pelo candidato e suas propostas. E, infelizmente, no futuro não conseguem nem lembrar em quem votaram e, o que é pior, por não saberem o que se passa na política, tornam a votar em políticos corruptos e inescrupulosos.

Mas, que venham os debates e o horário eleitoral gratuito. Meu voto será definido às vésperas das aberturas das urnas, para não fugir ao resultado das pesquisas. É uma decisão importante, que deve ser analisada a sombra de mensalões, sanguessugas, grampos e escândalos. Sei que vou votar, e que posso (quem sabe) me arrepender depois, mas será um voto pensado ao longo de um processo eleitoral que já começou, principalmente na mídia.

Cláudia Sabadini
Enviado por Cláudia Sabadini em 31/07/2006
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