RELEMBRANDO VELHAS CANÇÕES

RELEMBRANDO VELHAS CANÇÕES

FlavioMPinto

Ao meu Brasil, ainda varonil, aqui te digo, dizer “velhas canções” é um modo de dizer! Não são velhas, considerando que seus versos ainda vivem e revivem a cada esquina. São canções que não morrem. E nos trazem valiosos ensinamentos.

Por isso, meu Brasil, caminhando por sua terra afora, ouço, no tempo, Taiguara:

“Só encontro gente amarga

Mergulhada no passado

Procurando repartir seu mundo errado

Nesta vida sem amor que eu aprendi”

(Universo no teu corpo)

E só vejo uma gente ressentida e revanchista comandando teus destinos. Sem imaginação, sem inteligência para te conduzir a bom termo. Continuam com mente voltada ao passado e querendo uma revanche ao tratamento VIP que tiveram após a redemocratização. Já morreram há muito tempo. Putrefaram e ainda tentam espalhar seu perfume por todo lugar onde viva uma alma brasileira, fomentando a discórdia e a separação de raças, que te formaram Nação varonil.

Andando um pouco mais para trás, encontro Geraldo Vandré passando aos jovens sua música de protesto que, entre outras, dizia....

Há soldados armados

Amados ou não

Quase todos perdidos

De armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam

Uma antiga lição:

De morrer pela pátria

E viver sem razão...

Na realidade, um ataque ás Forças Armadas, enquanto eram eles que desejavam, sim ele e sua turma, levar o Brasil a 1917. Sublime ironia do tempo ao que fazem hoje. Talvez por desconhecer a história e a caserna, acreditava que eram ensinadas lições de 1945 ou da Guerra do Paraguai aos soldados. Sim, acertou em parte o autor da letra, eram lições muito antigas ensinadas, mas eram os valores de antigamente perpetuados nas instruções dos oficiais e sargentos. Valores que desconhecem. Aqueles valores impressos no caráter dos que nos fizeram nação. Nos fizeram homens leais a ti, Brasil e honrados na vida.

Quem ensinava lições antigas era a turma dele. Inconfessavelmente. Que tal dizer que morreram sem razão os jovens que foram brincar de soldados no Araguaia? Estes sim, mandados por espertalhões que ficaram no sul em gabinetes refrigerados, morreram sem razão. Com absoluta certeza a eles foi dirigida a canção.

Descaminhos houveram, sem dúvida, mas nada perto do que os derrotados fazem hoje no poder.

Por outro lado, o ensino nas Forças Armadas, particularmente no Exército, sempre foi exemplar, o que nos dá , a hoje soldados na reserva, um orgulho de fazer inveja.

É, Brasil, com essa gente que convivemos. Não sabem que “ o perdão é uma virtude dos fortes”.

E ante tamanha desfaçatez, tentáculos corruptores e desrespeito a ti, meu Brasil, tudo devidamente documentado e sem qualquer ação eficaz de quem deveria impô-las, fico a duvidar da honestidade, como disse Rui Barbosa.

É, Brasil, e aqui vou ouvir novamente Taiguara:

“ Hoje as minhas mãos enfraquecidas e vazias

Procuram nuas pelas ruas

A solidão das noites frias sem você

Sorte! Eu não queria a juventude assim perdida

Eu não queria andar morrendo pela vida

Eu não queria amar assim como eu te amei!” (Hoje)

Triste e porém não desistindo de agir na tua defesa. É o meu estado de ânimo, mas “ vou continuar a ser honesto só pra sacaneá-los”, como diz sempre o amigo Bidart.

Continuaremos a lutar com nossos princípios e valores. Apesar de tudo!

Brasil, te digo, aqui de dentro do meu coração, aqui bem de pertinho: estás acima de tudo! Conte comigo, terra verde e amarela, azul e branco.