Qual o valor do tomate, o valor do mundo, o valor da vida?

Ah mundo, velho e louco mundinho! És pequeno como a nossa vida na terra, mas grandioso como a razão da existência da vida. Muitas vezes, vejo os dias passarem lentos, acompanhados de dor, de sofrimento, o que me faz achar que a vida não é nada mais que simplesmente vida.

Certo dia, no caminho à escola, passei por uma feira livre e enquanto eu esperava meus colegas, encostei-me numa das barracas. Lá estavam duas senhoras: uma era a vendedora, a outra vivia pedindo esmolas. A pedinte, não sei por qual motivo, dessa vez não pediu nada, mas resolveu comprar tomates. Ela enfiou a mão na sua sacola de esmolas, que parecia mais com um pano de chão de tanto armazenar sobras, pegando as moedas que lhes haviam dado. Começou a colocar os tomates em um cesto, mas o dinheiro era insuficiente para pagar a quantidade que ela queria, então ela devolveu à vendedora quatro tomates.

A vendedora olhou-a com os olhos cheios de bondade e os devolveu de volta ao cesto. A mulher sorriu e se foi, talvez aquele fosse o único bom alimento que os seus filhos comeriam naquele dia.A vendedora percebeu que eu observava o fato, então ela sorriu para mim, eu retribuí àquele sorriso e fui embora.

Esses tomates, a alegria de dar e a de receber, me fizeram ver que a solidariedade, a fraternidade, supera toda podridão humana que muitas vezes eu enxergava. Para mim, esse acontecimento foi muito valioso, contudo muito mais valor tem o homem, tem a nossa vida.

Por que maldito e sábio mundo, me fez olhar para dentro de mim mesma e ver o amor, a compaixão, ver que a humanidade não está perdida, ver Deus nas pessoas?

Por que?

Joseane Cavalcanti
Enviado por Joseane Cavalcanti em 10/02/2010
Reeditado em 10/02/2010
Código do texto: T2080314
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