"MASSAGEM NO EGO" Crônica de: Flávio Cavalcante

MASSAGEM NO EGO

Crônica de:

Flávio Cavalcante

É indescritível o prazer que o artista sente ao ser elogiado pela beleza de sua obra. O recanto das letras mostra os nossos leitores assíduos sempre visitando á nossa página e cada comentário de nossas postagens faz-nos sentir gentes, vivas e capazes. O tesão de escrever aumenta com as gentilezas dos visitantes e nós escritores parece que temos a obrigação de sempre presenteá-los com mais produções de informações culturais e intelectuais.

Nem todas ás vezes a massagem do ego de outrem é benevolente; pois, cada um reage de forma diferente. Como diz aquele ditado popular. “DÊ PODER A UMA PESSOA QUE VOCÊ SABE QUEM ELA É”. Para estes tipos de pessoas, a humildade vai por água á baixo e o nariz empina, o rei da barriga cresce, como se o elogiado fosse o tal, se achando o bom. Alguns chegam até menosprezar os trabalhos dos outros por se acharem eficientes. São pessoas que querem receber elogios e não aceita de forma alguma, algum tipo de crítica até por se acharem perfeitos.

Pessoas assim, não crescem nunca em si tratando de intelectualidade profissional, só por achar eles são os bons, nunca se preocupa de fazer uma reciclagem para um aperfeiçoamento ou mesmo procurar alguém para esclarecer alguma dúvida até mesmo trocar figurinhas; pois, por mais que o artista domine bem a sua área, a cada dia, ele aprende uma nova lição e muitas das vezes são tiradas das pessoas mais humildes.

Aqui no recanto, por exemplo; em uma das minhas leituras nas páginas que eu sempre costumo deixar comentários, ao ler um determinado poema de uma poetisa inteligentíssima, encontrei um erro crasso de português e como ela era uma pessoa muito visitada, passei um email pra ela falando do ocorrido. O que me causou surpresa foi a humildade que ela expôs e me retornou dizendo que realmente ela nunca havia usado aquela palavra e achava que se escrevia daquela forma. Me agradeceu e corrigiu imediatamente; e disse que ela não tinha tanto estudo assim, mas achava lindo usar palavras difíceis em seu trabalho e disse também que antes de postar ela, a partir daquele dia, ia se informar se estava correto ou não. A conclusão deste fato é que esta poetisa vai muito mais longe do que muitos que apenas ignorariam se alguém o corrigir, mesmo em OFF.

O Ego é um vulcão adormecido que se não houver um controle, pode entrar em erupção á qualquer momento e destruir na lama das larvas toda uma estrutura de busca, que o artista vem tentando conquistar, pois, se houvesse a simples palavra chamada humildade seria um caminho muito mais curto e por certo glorioso.

Escrevi esta crônica por causa de uma e-mail que recebi de um cidadão e depois o adicionei no MSN á pedido dele próprio. Dois minutos de papo, tive que bloqueá-lo da minha sala, pois, não deixava eu falar, só dizendo que ele era o maravilhoso e que ninguém escrevia como ele, que todos falavam que ele era o bom. Depois de um sessão de elogios a si próprio e sem eu pedir e ele me mandou o link de sua página e curiosamente fui tentar descobrir algo novo na página do dito cujo e não vi nada do que ele havia me falado. Simplesmente fiquei perplexo diante de tanta falta de humildade; coisa que eu nunca vi em lugar algum a este nível. É vivendo e aprendendo.

- FIM -

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 14/02/2010
Código do texto: T2086522
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