LIBERDADE ART. 2

LIBERDADE

Art.2

No artigo de número 1, a minha reflexão sobre a liberdade foi voltada para o conceito mais aprofundado sobre o que vem a ser liberdade fundamental, psicológica e moral. Neste, vou refletir sobre a ação humana perante a liberdade, uma realidade que faz a pessoa ser essencialmente política.

A liberdade suscita perspectivas fascinantes de todo um processo de realização do próprio ser da pessoa. Diante disso, é necessário colocar em pratica as possibilidades de ser da pessoa. A auto-realização e a livre disposição determinadas ao ser humano. Ao falar que a pessoa é livre é dizer que não há capacidade de tomar nas mãos o seu próprio agir. Que ela tem de escolher e decidir o seu destino e está preparada para isso. O conhecimento abre para a pessoa um amplo campo de possibilidades e objetivos que cada ser humano deve por em prática, de acordo com o seu modo peculiar de ser e as suas circunstâncias. Na afirmação e na realização destas possibilidades concretas, que são as probabilidades ou finalidades, a pessoa realiza o seu próprio ser. A sua liberdade lhe permite escolher e decidir sobre as possibilidades que se abrem para a sua existência e sobre si mesma. Pois cada escolha que o ser humano realiza supõe um compromisso sobre si próprio, já que o seu eu se coloca e se configura em cada uma das suas escolhas, acrescentando e limitando a sua própria liberdade ou as suas expectativas possíveis.

Escolher livremente implica a libertação de tudo aquilo que escraviza a liberdade, tais como: superstição, ignorância, medo, políticas interesseiras, religião que vem afirmar que é única e que não há verdades fora dela, mentiras, falsidades... e tantos outros aspectos negativos que escravizam a pessoa. Ser livre é ir se libertando aos poucos dos entraves que não permitem que a pessoa tenha domínio ou controle de si mesma. Poder definir a própria existência, sem a pressão interna ou externa, para conseguir ser plenamente um ente real, sob a orientação das próprias opções refletidas, meditadas e aplicadas.

A liberdade como poder de dominação sobre o próprio agir é o motor fundamental da libertação da pessoa. Mas é bom saber que a liberdade não é um fim para si mesmo, ela tende a comunicação com o mundo na sua totalidade. A liberdade social, entendida como bem comum, faz com que esta mesma liberdade social esteja comprometida com a realização dos valores comunitários universais: justiça, paz, amor, fraternidade, acesso aos bens da cultura, etc. a liberdade não é um valor social supremo, mas a condição para a realização dos outros valores.

A liberdade, enquanto está constitutivamente norteada para o outro e para o mundo se promulga necessariamente no reconhecimento e na elevação do outro. A verdadeira liberdade é autodoação amorosa do mais profundo da pessoa. A autodoação espontânea é o ato mais primoroso da liberdade. Não se pode entender um amor sem liberdade, mas também não se pode entender uma liberdade se amor. A pessoa realizada plenamente é aquela que não é prisioneira de um mundo fechado sobre si mesmo, mesmo vivendo num sistema seja capitalista ou não, mas que seja capaz de despontar de si mesma para se unir amorosamente ao próximo. A autodisposição da pessoa acontece na determinação diante do próximo, á medida que se desempenha no seu eu pessoal. Na realização da integração de ambos os elementos se cumpre o que chamamos de liberdade.

É isso aí!

Acácio

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 18/02/2010
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