Maré ruim (uma história verídica)

Hoje um colega de serviço após me dar o tradicional bom dia me perguntou:

- A senhora sabe o que é maré ruim?

Respondi que sim. Eu conhecia o teor daquelas duas palavras e como elas repercutiam nas nossas vidas.

Ele então se pôs a relatar o ocorrido do seu dia anterior.

Estava com dois telefones celulares em seu poder. Aconteceu de precisar abastecer o seu carro e por isso dirigiu-se ao posto de gasolina.

Chegando lá, enquanto o frentista realizava o serviço, ele desceu de seu carro. Ficou por ali, a observar o movimento ao seu redor e puxou assunto com uma pessoa.

Distraidamente, para desocupar as suas mãos, os dois telefones celulares foram postos em cima do capô de seu automóvel.

Os minutos se esvaem e a conversa continua. O frentista termina o trabalho e o meu colega se despede do companheiro de bate-papo.

Entra em seu carro e se encaminha para a sua residência. Dirige tranquilamente e sem nenhuma preocupação. De súbito se recorda dos dois telefones celulares e pensa tê-los esquecido no posto de gasolina.

Quando dá a volta em seu automóvel para retornar ao posto de gasolina, percebe tarde demais que os dois telefones celulares caem do capô. Antes que consiga esboçar qualquer reação um carro surge e passa por cima dos seus dois telefones celulares.

Meu colega sai de seu automóvel para ver se existe a possibilidade de salvação para os aparelhos. Analisa os dois e vê com alívio que um deles pode ser recuperado.

Recomeça seu caminho de volta à sua residência, agora não tão despreocupado.

Ao entrar em sua casa, seu pensamento está na idéia de aproveitar o chip do telefone celular estragado no outro que tinha conserto.

Munido de muita paciência e esperança, se pôs a realizar o seu intento. Enquanto labutava não percebeu a aproximação de sua cachorra de estimação.

Tudo aconteceu muito rápido. O resultado foi que o chip do telefone celular inteiramente danificado acabou na boca de sua cachorra, sendo completamente mastigado.

Não me perguntem nada sobre a saúde da cachorra, pois eu nem tive coragem de perguntar ao meu colega.

Após o término de sua história ele me mostrou o telefone celular amassado e se afastou.

Fiquei sozinha e pensativa.

Cada coisa que acontece nessa nossa vida que contando até Deus duvida!

Achei bastante interessante a história dele e resolvi escrever essa crônica.

A história é verídica. Apenas a descrição de como o fato ocorreu ficou por conta de minha imaginação. Espero que esteja pelo menos parecida.

Espero também que o meu colega não ache ruim que eu tenha escrito essa crônica e a tenha publicado.

Tudo em nome de uma boa causa: A causa de eu poder abandonar o marasmo em que se encontra nesse momento o meu ambiente de trabalho e prestar relevante serviço ao mundo das letras (assim penso eu!).

Vocês não acham que essa seja uma boa causa?