Perfume...

O rastro suave de um beijo...
Poderia começar com poesia... Com versos perdidos no tempo...Mas, ando sem inspiração... Todas elas são sugadas para outro balaio... O eterno gesto falho.
Mas, há perfumes que dispensam comentários...
O cheiro... Não o aroma... Deixa-me enjoada.
Que todos são sinônimos de cuidados, isso não podemos negar...
Lamber a imagem com gosto... Com aroma de flores... Cítricos... Amadeirados... Almiscarado ( que vem da glândula; e não do saco?)... Existem os simétricos nitrogenados... Mas, sem exagero... Não no elevador... Que é uma caixa que ignora o oxigênio.
Alguns são tão fortes...Os perfumes... Doces... Que me embrulham o estômago... Se escondem por trás do cheiro de células mortas... Enojam.
Certa vez, a moça esbanjava, na pele, o perfume das evidências... Rastros de perfume falsificado?... Não sei... Não vi o frasco.
Tenho o meu... Escolhido a dedo... Se sair de linha, não enlouqueço... Mas, não haverá outro que defina tanto a minha personalidade... E, perder a personalidade é falha grave.
Pensei em perfume... Porque alguém tocou no assunto... Na matutina caminhada.
Havia uma mistura no ar... Diziam as pernas rápidas... "Perfume de segunda..." - Feira é claro... (Entendi assim... Inocentes ouvidos...)
Acredito que lavar a alma já bastaria... Mas, há quem prefira gastar vocabulário, enquanto passeia bambo.
Sei nada disso... De perfume, é claro...

07:23