O NOSSO ADEUS PARA LAYLA

Você chegou há um ano e quatro meses e já foi embora.

Não pude vê-la partindo, quando fui te dar bom-dia hoje cedo você já não estava mais.

Num primeiro momento me desesperei, já que você nos dava muita alegria, do seu jeito muito especial.

Adorava ficar com você, sentir você, fazer carinhos em você.

Adorava sentir o seu cheiro, sentir seu corpo, compartilhar da sua energia.

Perceber seu jeito de ver a vida, de nos ver, a gente conseguia se entender de um jeito que era só nosso.

A Julinha entendia o que você dizia melhor do que ninguém. Só ela sabia traduzir o que você falava com toda intensidade,

com todos os sentidos.

Certamente a Julinha sentiu a sua partida mais que todos nós.

Ela vai sofrer muito com tudo isso, nem sei quando essa dor irá embora de vez.

Talvez nunca mais vá embora. Talvez a nossa dor pela sua partida nunca mais vá embora da gente.

Dizem que o tempo cura tudo, falam isso como uma forma de consolar o nosso peito quando ele é só sofrimento, quando ele chora sem desistir.

Acho que isso é uma grande bobagem. A dor que é dor mesmo nunca mais vai embora da gente. Pode até ficar calada, escondida dentro de nós algum tempo, mas ela está lá, firme e forte, enquanto a gente tiver vida pra cumprir.

A Julinha vai crescer bastante com essa dor. Foi o seu primeiro grande contato com a morte, uma morte seca, dura, definitiva. Uma morte muito triste, triste mesmo.

Uma morte que, certamente, matou muito da nossa alegria.

Uma morte que, certamente, não vai cicatrizar nunca mais.

Uma morte que, certamente, não será enterrada junto com você nessa tarde de hoje.

Laylinha querida, descanse em paz. Que a sua alma possa seguir seu rumo com a calma e serenidade das grandes almas.

Você deu muitas alegrias para a gente: cada lágrima que derramamos hoje é só pra lembrar de tudo isso. E pra agradecer por tudo isso.

Esse texto foi escrito em homenagem à Layla, uma porquinho-da-índia que ficou com a gente esse tempo e que foi o presente de 9 anos para a nossa filhinha Júlia, que hoje está sentindo uma dor que, se dependesse de mim, ela nunca deveria sentir nessa vida.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 02/03/2010
Reeditado em 20/03/2011
Código do texto: T2115856
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