DE MÉDICO E LOUCO...

Uma menina! Tão bela e tão ingênua, diante de um “tubarão” ou um lobo em pele de cordeiro (é assim que eu vejo aquele homem). Vestiu-se de sedutor, casou-se com ela que pensava: é amor! Encontrei um príncipe encantado...

Um dia as máscaras caem. Ele devorava todas as “piranhas”. Água doce – água salgada numa simples associação de ideias, mas reflete bem toda esta estória sórdida.

Não que ela não merecesse ser amada, merecia e foi. Ou só porque agora está morta virou santa. Não! Não é nada disso, mas o seu dinheiro era mais importante e os valores se invertem...

O tal homem estruturou toda a sua vida profissional e pessoal tendo por alicerce a herança daquela linda mulher – seu amor...

Numa determinada hora da vida ele acha que não precisa mais dela e quer um novo rumo em sua vida. Nos dias atuais (século XXI) o mais fácil é um divórcio, uma separação. Ele já possui um bom patrimônio... Não, agora não precisa mais dela...

Pensando melhor... Por que dispensar toda aquela grana? Ela está emocionalmente abalada com a separação (embora acredite ser consensual, foi convencida a isto)... Dá para armar uma arapuca e ela cai, então ele fica com toda a grana (a que ela tinha por herança e a que construíram juntos) e todos ainda pensarão: coitado!...

Amanhã eles assinarão a separação. Ela, aparentemente conformada, faz mil e um planos. Diz aos outros e a si mesma que será feliz. Todos acreditam nesta verdade, mas para parecer bem, ela toma uns comprimidos que lhe proporcionam uma alegria transitória. Alguns mais próximos ainda dizem: “coitada”! Não está bem!...

Aproveitando todo este clima ele cria uma estória onde ela é a protagonista e ele a vítima. Então, combina com ela um encontro num local onde ele é o senhor absoluto... todos a veem passar, meio dopada, meio feliz, meio louca... coitada!... Pensam uns... mas ela continua o personagem principal e ele sofre, pois é difícil toda aquela estória – e ele que pensa ser um semideus, pois muitas vidas já estiveram em suas mãos profissionais (?) o que o faz sentir poderoso, todos na comunidade o respeitam, pela profissão e pelo dinheiro que tem.

Ela solitária, vivia entre os bichos e lá no mundo real dos homens havia um que era pior que bicho, quase um monstro, tramando contra ela. Uma serpente à espreita de seu alimento de poder... Era tão linda, tão ingênua e não percebia que uma trama ao seu redor se armava para que ela continuasse parecendo a protagonista... Sem final feliz...

Ouviu-se tiros... Coitado!

Alguns pensaram... A louca o matou!

Havia só um corpo estendido no chão...

Ele aproveitou a ocasião e foi espairecer em praias paradisíacas e transparentes do Pacífico...

Pobre Tubarão! Para não ficar só levou num aquário uma de suas piranhas...

Mário Feijó

03.03.2010

Comentário: Para alguns foi assim que a estória aconteceu, para o autor ficou as tintas vermelhas da dúvida entre cada evento que precisa ser esclarecido, para não parecer um crime perfeito, nem somente mais uma estória de um ser humano subjugado pela ganância e pela força que o dinheiro tem para alguns. Quem está construindo alguma coisa para seu espírito em aprendizado? Quem está apenas se aproveitando das oportunidades da vida para ser melhor que os outros e levar uma vida de um playboy ou de um aristocrata endinheirado. Ficarão as dúvidas que compete à polícia investigar e descobrir se o contexto é apenas mais uma crônica policial ou um enredo sórdido...

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 03/03/2010
Reeditado em 17/04/2014
Código do texto: T2118085
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