RIR OU CHORAR

Tem momentos, que eu queria ser um inseto qualquer, para me esconder nos gabinetes luxuosos de mandantes político, ou autarquias federais, para ouvir as conversas e decisões que ali ocorrem. Bom mesmo seria ter escutas e câmeras em todos os cantos, mas não seria eu que iria querer praticar coisas ilícitas. Não seria eu a ter atitudes iguais.

Queria, por exemplo, ficar escondidinho lá no CONTRAN/DATRAN, assistir como “os home” tomam as decisões assim de afogadilho, impetuosas, imponentes e de conseqüência gigantescas, ao bel prazer dos mandos e desmandos, através de simples e ditatórias portarias com efeitos imperiais.

Lembram dos selos? Da proibição de venda de produtos alcoólicos nas rodovias? Dos radares portados por policiais corruptos, autorizando assim a propina travestida de assaltos de carteiradas e fardas?

Fico pensando e morro de rir, imaginando os diálogos na premissa dessas decisões. Como essa gente vive longe da realidade dos fatos, como vivem alheios ao cotidiano corriqueiro do povo comum, das rotina comum do pais.

Aliás, já não sei se rio, ou se choro. Aliás, já nem sei se quero ficar espiando essas coisas, se não, acabo querendo me suicidar, pois, a distância da nossa efetiva realidade, e o faz-de-conta dessa gente, é algo que beira ao humor-negro.

Deve ser assim como duas madames alienadas da realidade, traçando planos para praticar solidariedade, discutindo a dúvida atroz, entre doar uma viagem para Paris ou um cruzeiro pelo Caribe, às mães solteiras da favela da Rocinha.