EDUCAR É POSSÍVEL

O mundo, em suas transformações, nos deixa meio perdidos. E, muitas vezes chegamos a pensar que o errado hoje é o certo. Por isso pagamos caro quando realmente adentramos o caminho ardiloso de educar.

Faço parte do quadro de gestão da Escola Estadual Prof. Hermógenes Nogueira da Costa em Mossoró/RN (Ensino Fundamental II e Médio) e, após uma longa lista de reuniões, por setores, nos preparamos para recebermos os alunos de forma bem estruturada para darmos início ao ano letivo, segunda-feira (01.03.10).

Para início de conversa, organizar uma instituição pública é uma tarefa por demais difícil. Isto porque há uma cultura de que tudo que é público é bagunçado. Discordo! Onde há pessoas capazes as instituições funcionam bem.

Portanto, como nosso objetivo é trabalharmos em equipe, tarefas foram distribuídas e, aos poucos, sendo realizadas. Embora enfrentando algumas rejeições, por parte de alguns colegas que repousam em sua zona de conforto. Puro marasmo!

A priori, cada setor precisa saber suas atribuições. O que foi repassado através de reuniões por setores, conforme citei acima. Pois a partir do momento que você recebe suas atribuições caminha fazendo a sua parte. O que é suficiente para um trabalho engajado. Ninguém precisa se sacrificar trabalhando demais quando cada um faz o que lhe compete.

Sendo assim vícios vão sendo deixados no passado e visualizamos um futuro mais comprometido com o sucesso. O que faz bem a todos. Evitando assim o desperdício de energia com a falta de ética profissional.

Ultrapassando essa barreira, vem outra bem pertinente: alguns alunos, por falta de normas estabelecidas em casa, talvez, rejeitam as regras de convivência na escola. O que demonstra o quanto é grande a nossa responsabilidade porque, hoje, fazemos o papel de professor e muitas vezes de pais.

Sabemos que a nossa geração foi educada nos padrões de repressão. Somos frutos de ditadura, aprendemos a sentar em fila nas salas de aulas, a calarmos para ouvir os mestres, etc. Entretanto, com os avanços sociais, a criação do Estatuto da Criança e Adolescente, entre outros, os pais parecem que perderam os trilhos de uma boa educação na família. Provavelmente por desconhecerem o verdadeiro sentido de liberdade, e pagam caro pela falta de limites dos filhos da era tecnológica. E, assim a escola fica com uma carga maior nesta função.

Entretanto, sabemos que os valores morais, por mais gastos que estejam ou fora de moda como dizem alguns jovens, ainda é o caminho para uma sociedade equilibrada. Cabendo então à escola fazer este resgate através de exemplos claros para facilitar a compreensão do aluno. O uso da farda, o cuidado com o patrimônio público, o respeito no trato com as pessoas são atitudes cidadãs. E vale muito a pena ser correto! Cumprir com seus deveres para poder reivindicar seus direitos.

Essa é a nossa proposta de trabalho, que já aponta resultados gratificantes. Pois é ensinando que aprendemos a cuidar bem do mundo. E, quando estamos voltados para darmos o melhor de nós por uma causa justa, até os mais insatisfeitos aprendem a valorizar atitudes saudáveis.

Fátima Feitosa
Enviado por Fátima Feitosa em 08/03/2010
Código do texto: T2126334
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