Via-Crúcis!

A Via-Crúcis quer dizer: caminho de cruz. Representa o caminho por onde Jesus Cristo desfilou seu sofrimento como preço para ofertar-nos nossa salvação. Ela compreendeu os espaços entre o Pretório de Pilatos até o Monte Calvário. Atualmente, milhões de Cristãos, mentalmente, fazem o mesmo caminho, só que agora com o nome de Via Sacra. Durante a travessia desse caminho, os Cristãos caminham meditando à Paixão de Cristo. Trata-se, indubitavelmente de um raro e belo exercício de piedade cristã. Vale à pena ser relembrado com muito jejum e oração. Representa o que há de mais forte nos cerimoniais religiosos dos Cristãos romanos. Um tempo/espaço de fé e de piedade cristã. A Via-Sacra está muito bem representada pelas quatorze estações de representação do sofrimento de Cristo. Parodiemo-las com nossa vida moderna. Vejamos no que dá!

Estação 01: Jesus é condenado à morte.

Precisamos ter muita fé na ressurreição da alma. Precisamos de vida na fé e de amor em abundância. As palavras de Jesus não passarão jamais e nós estaremos sempre à mercê dos desígnios de Deus. Morremos nos balanços obscenos das facilidades mundanas. A atualidade tem nos servido para confeccionarmos apenas a cruz para o nosso semelhante. Precisamos ter dentro da alma uma maior semelhança com Jesus. Este é o único caminho que poderá conduzirmos ao Pai.

Estação 02: Jesus carrega a cruz.

Temos reclamado bastante do que nos tem pesado aos ombros como frutos indevidos de nossas próprias ações. Temos a liberdade de pecar e o indesejado defeito de não reconhecermos os nossos erros. Carreguemos, pois a nossa cruz e ajudemos ao nosso irmão a levar a dele. Socializar o sofrimento como próximo é dever cristão também.

Estação 03: Jesus cai pela primeira vez.

Os grandes homens aprenderam com a vida a se soerguerem. Quando caímos, ou permanecemos nos báratros do medo ou nos levantamos. Quedas são inevitáveis. Aprendemos com ela. Por tantas vezes elas são fiéis retratos de nossa humildade.

Estação 04: Jesus encontra a Sua Mãe.

Um encontro sacrossanto. A mãe da humanidade se encontra com o Salvador do povo de Deus. O amor encontra a compaixão. Há luz depreendendo dos olhos de Jesus o amor infinito da mãe que encontra o seu filho amado no caminho da morte, levando consigo os pecados dos homens ao lado da pureza suprema.

Estação 05: Simão Cirineu ajuda a Jesus. A ajuda.

Se nós tivéssemos aprendido a ajudar ao nosso semelhante, certamente, as nossas diferenças já haviam desaparecido. Ainda desconhecemos o santo exercício da partilha do pão. Há mais fome hoje no mundo do que no tempo em que Jesus nos visitou.

Estação 06:Verônica limpa o rosto de Jesus.

Atualmente de muitas Verônicas para limparem a face obscurecida do homem moderno que apenas cultua carregar à face com máscaras frágeis, mentirosas, verdadeiros disfarces diante das cousas de Deus.

Estação 07: Jesus cai pela segunda vez.

Em cada tombo que Jesus levou em sua Via-Crúcis, maior deve ser a nossa vergonha para com nossos propósitos indecentes que nos tem permitido apenas tombar, mas, sem qualquer sinal de soerguimento.

Estação 08: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém.

Costumo acreditar que as mulheres, por terem dentro de si o poder santo da parturição, carregam elas próprias o doce sabor da salvação. Maria muito bem representou esse axioma. Mas é uma pena que a mulher moderna tenha se distanciado tanto desse seu lado infinitamente sublime, em prol dos prazeres da carne e dos outros valores materiais dispensáveis

Estação 09: Terceira queda de Jesus.

Não há poço mais ou menos profundo quando somos empurrados para ele e permanecemos dentro da fé salvífica do Cristo. Até para cairmos ao poço temos que estar preparados. Quem ama o Pai não é jamais abandonado.

Estação 10: Jesus é despojado de suas vestes.

Ainda que percamos as roupas do corpo, nos cobrirão a alma os lençóis de nossa fé para que sejamos reconhecidos como filhos do altíssimo. Se nosso corpo é o templo do Espírito Santo, como poderá ele ser envergonhado.

Estação 11: Jesus é pregado na cruz.

Que cruz temos carregado? Qual o nosso merecimento ao fazê-lo? Por que sofremos tanto? Não devemos deixar dormir dentro de nós o que Cristo passou, em sofrimento,para que nós pudéssemos ser salvos. Se não aprendermos a desfazer nossas cruzes, nossa crucificação nos renderá maior sofrimento.

Estação 12: Jesus morre na cruz.

A morte eterna é, sem sombra de dúvidas, o nosso pior castigo. A morte de Cristo, na cruz, representa a nossa salvação. Devemos espelharmos nela como sinal de redenção e renovação de vida. Ninguém nos amou e ama mais do que Ele. Portanto, é tempo para uma reflexão mais profunda sobre o amor de Deus através de dos atos que praticarmos no cotidiano renovado.

Estação 13: Jesus morto nos braços de Sua Mãe.

Estaciona-se nesse trecho da Via-Crúcis, o amor supremo, a caridade perfeita, a doação sem limites, até a simbólica morte de Jesus na cruz. Bem que nós homens poderíamos dissolver o nosso egoísmo de vida e nos espelharmos bem mais no sofrimento de Cristo e passarmos a viver uma vida nova, destituída de calvários, cruzes e demais sofrimentos.

Estação 14: Jesus é enterrado.

Nada foi tão harmonioso na morte de Jesus do que o episódio da ressurreição, tão próximo aos olhos dos homens. Um episódio “Tomesiano” demais para ser apenas lembrado. Se não encontrarmos nas mãos de nossas almas, as marcas da crucificação de Jesus, de que nos adiantará sermos Cristão?