Pra não dizer que não falei das flores

‘Caminhando e cantando e seguindo a canção,

somos todos iguais, braços dados ou não...’

(Geraldo Vandré)

Esther Ribeiro Gomes

Pertenci a uma juventude idealista que lutava pela democracia, por um mundo melhor, mais justo, mais humano.

Hoje vejo, estarrecida, o sonho da democracia ser manchado por interesses vãos, pela corrupção, pela impunidade.

A violência impera nas ruas, no trânsito, nas escolas, nos lares!

A vida está se tornando cada vez mais áspera, o individualismo e a intolerância caminham pari passu, o egoísmo e a falta de solidariedade aumentam a cada dia.

As pessoas falam demais, escutam de menos e o diálogo é prejudicado pelo ‘eu’ exacerbado...

Nestes tempos apressados, os valores fundamentais da existência humana ficaram relegados a segundo plano, os valores materiais sobrepujaram os morais e o amor, em seu sentido cristão, foi substituído pelo ‘amor’ egoísta e interesseiro.

Essa falta de amor e solidariedade é geradora da violência que prolifera a cada dia feito um tsunami incontrolável!

Nos últimos dias, a mídia está noticiando incessantemente o julgamento dos Nardoni sobre o assassinato da menina Isabella.

Mais um triste episódio resultante do desamor, da intolerância!

Pobre criança indefesa, cuja vida foi precocemente ceifada pela maldade do ser humano!

Quantas Isabellas precisarão ser jogadas das janelas, para que o homem aprenda a amar incondicionalmente, aquele amor ao próximo que Jesus nos ensinou e o homem, teimoso, ainda não aprendeu!

Pra não dizer que não falei das flores, hoje vou orar especialmente por essa pobre criança e pedir a Deus que a Justiça seja feita para que ela descanse em paz.

Isabella, daqui da terra estou lhe enviando as mais belas e

perfumadas flores.

Você é um anjinho em forma de estrelinha que brilha lá no céu...

Que Deus a abençoe, querida menina!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 22/03/2010
Reeditado em 19/05/2010
Código do texto: T2152663