"Qui scribit, bis legit"

.-Quem escreve, lê duas vezes-.

Por um acaso encontrei com um ex-colega de profissão, sendo que numa rápida conversa, ele me disse que precisava duma pessoa para digitar um livro. Perguntei que livro, de quem...? Respondeu ele. O meu amigo de profissão que trabalhava num jornal do interior (São Carlos-SP), que é compositor de músicas, que tem músicas gravadas com uma banda de Curitiba, não sei o nome da banda, aliás, lembrei e “Hangar XVIII” já editou um livro, mas no momento não tem condições de editar outro, por questão financeira, eu me interessei pela obra e resolvi bancar. Depois desta explanação, comentei. Caracas três gráficos, aliás, ex-gráficos envolvidos numa só questão: “gráficos atraem gráficos, músicos atraem músicos...”. Enfim, ele falou que o nome do futuro livro a ser editado levar-se-ia o titulo: “RAUL SEIXAS, O VERBALÓIDE”.

Por gostar de escrever, agora usando um computador, me prontifiquei em colaborar na digitação do referido livro. Ele ficou contente com a minha espontaneidade, e disse vamos até a minha (dele) casa e pegar os “bonecos” do livro.

Nada foi combinado sobre o preço da digitação, enfim eu faria o serviço nas horas de folga. De posse dos textos, fotos, rascunhos etc., fui pra casa, já liguei o computador e iniciei o trabalho. Eu também estava eufórico com esse trabalho, pois o meu nome estaria relacionado na relação dos colaboradores também... Isto é, numa das paginas estaria lá numa linha J. C. Oliveira – (Tangerynus), que me daria uma grande satisfação.

Resumindo, o trabalho de digitação, levei um ano pra finalizar, isso em dias, meses intercalados. É como escrevi no titulo “quem escreve, lê duas vezes”, sendo assim descobri quem era o Sr. Raulzito.

Digo isso, por que trabalhando na gráfica da Gravadora Continental, na qual exercia a profissão tipógrafo-paginador, o meu trabalho era montar matrizes tipográficas, compondo textos manualmente, ou melhor, compondo com caracteres nomes das músicas, que seriam impressas num papel especial (etiquetas) e adicionadas no momento que fosse prensar o disco de vinil, tais como: compacto simples; compacto duplo e os Lps., e vivia compondo todo dia o nome de Raulzito, nome fantasia que Raul Seixas usava como produtor de discos na gravadora se assim posso dizer.

Isso foi nos anos de 1967 a 1968, ouvia também qualquer coisa sobre “Aleister Crowley”, relacionada com o artista Raul Seixas, mas nunca me aprofundei em saber sobre esta pessoa, digo sobre Aleister, e num dos capítulos que digitei o nome dele é citado, pessoa quem em vida tinha interesse por “magia negra e satanismo”

Digitando o referido capitulo, ia analisando o conteúdo do texto, refletindo se o que estava digitando tinha um fundo de verdade...? Quando encerrei a digitação do capitulo, não sei qual explicação todo texto foi perdido... Isso aconteceu três vezes consecutiva... Só na quarta vez foi que consegui salvar todo o texto e depois gravar num cd para ser enviando ao revisor.

Após salvar, gravar o texto no cd, veio na mente uma frase interessante que ouvi muitas vezes em programas de jornalismo televisivos: “eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem...”

Se me perguntarem se o livro “Raul Seixas, o verbalóide” foi editado, não sei dizer, entreguei todo o que fiz para o amigo e depois nunca mais vi ele. Se alguém ler esta história, caso saiba alguma coisa, me avise...

Tangerynus
Enviado por Tangerynus em 30/03/2010
Código do texto: T2167183