“Zeca Bem, o contador de histórias”

ANOS 50, VILA CARIOCA-IPIRANGA-SP

OS SAPOS...

Um sapo vivia comendo insetos, com a sua língua feito mola, e sempre com os olhos abertos, fazendo do seu estomago uma sacola. A gurizada da Vila Carioca estava sempre pensando em fazer uma traquinagem. Ao verem aquele sapo, logo arrumaram um toco de charuto, que, eles na sua boca iriam colocar.

Isso não demorou sequer um minuto, pois eles queriam ver o sapo fumar, e assim foi... Pegaram o sapo, abriram a sua boca, enfiaram o charuto aceso goela abaixo, chegando até o seu papo, e ele fumava sem querer. O seu pequeno corpo estufava. O resultado foi que o sapo explodiu, mas quando isso se deu, o seu veneno foi lançado bem no rosto do Nereu. Coitado do Nereu, se rosto ficou melado, e o cobreiro por todo seu corpo se estendeu.

A gurizada vendo aquilo acontecer ficaram matutando a burrada que acabaram de fazer. Refletindo sobre o ato impensado, afinal, tamanha judiação por ter aquilo praticado. Sabiam que o pobre sapo não fazia mal a ninguém, mas mesmo assim, numa brincadeira, num simples bate-papo, todos nós matamos o sapo por um vintém.

Um senhor passava pelo local, viu aquela cena, e fez um comentário. Vocês não sabem, mas não é legal, destruírem os animais, nem mesmo que ele seja um anuro ou um protozoário. Fiquem sabendo de que a Mãe Natureza é muito sabia... Eu vou relatar a vocês todos um fato interessante.

Numa região deste nosso rincão chamado Brasil, existiam muitos sapos, e os moradores achando que eles eram inúteis, resolveram exterminá-los, um a um. Meses depois toda a plantação de hortaliças, cana de açúcar, e também o milharal, foram devorados por uma nuvem de gafanhotos, que comeram tudo que viam pela frente.

Estudos foram realizados, para saber a razão disso, e no final foi comprovado cientificamente, que neste local não havia sapos. A Mãe Natureza é sabia...

A conclusão que chegaram foi saber que todo ser vivo faz parte do eco-sistema, enfim fazem parte da bio - diversidade, coisa que a Mãe Natureza é capaz, promovendo o ciclo da vida, mantendo um equilíbrio entre todos os seres. E maldito o homem, sem brio, que destroem o habitah natural, mesmo que sejam a sua lida.

Depois de ouvirem esse simples relato, todos foram para suas casas, e daí pra frente nunca mais sacrificaram os sapos, aliás, digo, deixaram de praticar traquinas.

Tangerynus

Tangerynus
Enviado por Tangerynus em 30/03/2010
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