MULHERES POSSÍVEIS E REALIZADAS

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.

Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.

Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou:

trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, preparo o filho caçula papa o colégio, almoço com ele, estudo com ele, pois os filhos mais velhos precisam de outros tipos de atenções. Atualmente vejo minha mãe todos os dias, resgatando o que a gente não faz quando acha que pode tudo e precisa se desgarrar das origens para provar que é independente, hoje não tenho que provar mais nada, eu sou!!!!

Procuro minhas amigas quando temos vontades em comum para compartilhar, senão fico na minha, pois nada melhor do que descobrir que podemos ser ótima companhia para nós mesmos... namoro se for com quem posso trocar coisas boas e bons momentos. Viajo, vou ao cinema, respondo a toneladas de e-mails (na medida do possível, claro...), faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos.

Sempre participo de eventos ligados à minha profissão e reuniões com clientes, ainda vou ao cabeleireiro toda semana - cuido das unhas – cuido da pele e do corpo com médicos esteticistas, de confiança claro! Mas sem neuras e exageros. Organizo minhas roupas, sapatos e acessórios para ter praticidade na hora de sair, pois “meu estilo” já defini, o que facilita muito a vida de uma mulher que tem sempre que estar elegante, mesmo que o compromisso seja de última hora.

E, entre uma coisa e outra, sempre leio livros.

PORTANTO SOU OCUPADA, MAS NÃO UMA WORKAHOLIC.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.

Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.

Pois inclua na sua lista a “Culpa Zero”.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.

Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, (apesar de “eu ter”) lembra? aprendi a ser seletiva e a dizer não!

Vida interessante não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo!

Tempo para “ouvir” as músicas que gosta e que te fazem bem, não só escutar....

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver os filmes que gosta.

Tempo para bisbilhotar as lojas à procura de nem sei o quê...

Tempo para fazer um trabalho voluntário, renova a alma, acredite! Só não esqueça do provérbio: “O que a mão direita faz a esquerda não precisa ficar sabendo.”

Tempo para procurar uma luminária nova para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Fazer cursos, se atualizar sempre.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será publicado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga.

Acredita que, se não for SUPER, se não for MEGA, se não for uma EXECUTIVA ISO 9000, não será bem avaliada.

Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta se sente muito mais segura e muito mais leve para viver com qualidade um relacionamento com um homem cabeça, inteligente.

Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que mantinha mulheres trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo.

Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C., nem que seja por uns meses...

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, ESTÁ PRECISANDO REVER SEUS VALORES!

E descobrir que uma bolsa bonita de couro sem grife, uma pousadinha à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado, é sempre bom pelo menos um filtro solar, rímel e gloss) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

A pessoa que vive de aparências ou finge ser quem não é corre sérios riscos de entrar em depressão.

Isso é perfeitamente compreensível, graças à batalha que trava consigo mesma e o desgaste para manter uma realidade falsa.

Se é fácil enganar os outros, é impossível enganar a própria consciência.

Por todas essas razões, vale a pena ser quem se é, ainda que isso não agrade os outros.

Afinal, não é aos outros que prestaremos contas das nossas ações, e sim à nossa consciência.

“QUEM DEIXA A VIDA PESSOAL DE LADO ABRE MÃO DE COISAS QUE UM DIA SENTIRÁ FALTA”.

Baseado no texto de Martha Medeiros, adaptado por JUSSARA BARBOSA.

Afinal nem todas somos iguais, mas “somos mulheres”.

http://jussarabarbosa.blogspot.com/

JUSSARA BARBOSA e Martha Medeiros
Enviado por JUSSARA BARBOSA em 02/04/2010
Reeditado em 20/04/2015
Código do texto: T2173995
Classificação de conteúdo: seguro
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