QUE VENHA O PRÓXIMO...
 
          Sempre que um namoro termina, costumo medir a importância daquele que se foi, pelo número de poemas que me inspirou. Faço um balanço das minhas obras durante o tempo que durou o namoro e concluo se foi fraco, regular, bom ou ótimo.
          Dessa vez o namoro durou um ano e na minha escrivaninha contei exatamente 35 poemas endereçados ao meu  ex muso inspirador. Se dividir 35 por 12 meses, dá quase 3 poemas por mês, o que significa dizer que em apenas uma semana de cada mês o dito cujo não foi agraciado com as minhas letrinhas.
          Caramba, como foi profícuo esse namoro! Pelo menos em termos de poesia. Rendeu bem! Quase metade de um livro.  Agora tenho que arrumar urgente outro namorado, que seja tão eficiente quanto esse, para que eu possa concluir a obra.
          Ah, se fosse fácil assim, teríamos livros e mais livros por aí. Mas faltam namorados eficientes. Talvez por isso não tenhamos bons livros à venda. Será que meu raciocínio procede?
          Bem, com namorado ou sem namorado eu escrevo. Posso até não escrever coisas românticas, mas escrevo. Escrevo sobre o tempo, sobre política, sobre educação e até sobre futebol. Ah, e agora eu tenho coisas para estufar o peito e falar de futebol. Tá lá o meu Timão, liderando na Libertadores!
          Nem vou ficar triste com o moço que se foi. Se foi, não era mesmo prá ficar (redundante isso). Que vá em paz! E ir em paz significa romper laços com elegância. Porque convenhamos, todo rompimento é conflituoso.  Saber conviver com isso de forma a não fazer um “cavalo de batalha” é meio caminho andado.  
         Acho que de tanto fazer esse balanço, sei de cor todas as etapas. Fico uns tempos meio tristinha, sem inspiração, me jogo de cabeça no trabalho (ô coisa boa para esquecer é o trabalho) e mais dia menos dia alguém dá conta que comecei a postar textos românticos. Epa, tem gato novo na parada!
          E é assim que a fila anda. E eu, que não sou boba nem nada, já tô de olho no próximo...