Nada se compara, mas....

Nada se compara, eu sei, mas....não consigo deixar de fazer comparações sobre os tempos passados com o atual. Quanta diferença...principalmente no quesito época de páscoa. São mudanças comportamentais gritantes, são distorções de entendimentos pavorosos, valores distorcidos ao extremo. É uma avalanche de sentimentos resfriados, petrificados. Hoje as famílias parecem envoltas numa núvem de afastamento dos critérios, se quer se colocam a disposição de viver a páscoa em seu sentido verdadeiro, e se quer se preocupam em repassar aos seus a importancia desses dias de reflexão mais acirrada a respeito da preciosidade de se permitir viver a ressureição de Cristo dentro de cada um de nós, para o nosso crescimento espiritual, para a nossa harmonia com Deus, para uma limpeza interna , uma purificação. Como viver uma vida sem limpar se quer um dia a nossa casa?

Como passar anos e anos com uma venda nos olhos e um tampão nos ouvidos?

Como viver uma vida sem se questionar sobre o que é, porque e como é?

Se a vida por si só hoje e a vida de anos atras e até mesmo a futura é toda embasada em questionamentos ?

Não consigo deixar de ouvir os clamores dos menos afortunados na vida, o choro e o lamento dos doentes e injustiçados. Não consigo fingir cegueira quando minhas retinas gravam imagens de violência, de abusos de poder, de corrupção. Não consigo compactuar com discursos de falso moralismo, de situações de vida iludidas com ovos de chocolate, com bombons recheados de desigualdade social, com cestinhas ornadas de um colorido onde reina o vermelho escarlate da miséria humana.

Não vejo mais crianças sendo crianças puras e inocentes em busca das cestinhas escondidas por pais impregnados de uma alegria pela ressurreição vivenciada em seus lares. A ressurreição de um Deus que ama a pureza das crianças, a alegria e o amor. Não vejo mais adultos que apresentam para os inocentes um Deus presente na vida de cada um.

Quase inesistente é a confraternização mundial numa data tão especial e espiritualista. Vejo sim, briga em filas de supermercados para angariar o seu precioso ovo de chocolate, contas sem serem pagas para a fartura do supérfluo nas mesas.Vejo milhares se empanturrando de guloseimas. E também familias saindo a passeio, com apenas uma idéia fixa. Eu...eu...eu e esse feriadão prolongado para curtir... curtir...curtir...

Curtir o que?

Curtir o esquecimento de Deus?

Curtir a ausência do recolhimento familiar...?

Hoje na verdade se curte muito e se vive pouco. Porque viver não é curtir tão somente e sim refletir, dar-se, receber, dividir-se, discutir, mudar...

Esse texto sai de dentro de mim como um sussurrar de Deus em meus ouvidos. Deus fala aos nossos ouvidos e muitas vezes não queremos ouvir. Mas ele nos chama a comemorr com ele o sacrifício do seu glorioso filho, pelo nosso bem estar, por nossa redenção.

Quem é pai, mãe... sabe do amor de Deus por cada um de nós e sabe da mportância para um pai, fazer um de seus filhos cegos voltar a enxergar, um filho surdo voltar a escutar, um filho ausente, retornar para o seu lar, e um filho distante preparar o seu lar para a chegada do pai, que sempre virá vistá-lo.

Vejo ser fundamental hoje repassar a idéia de que páscoa não é tão somente festividades materiais, e sim um encontro de renovação, um encontro de gratidão a Deus Pai todo poderoso e seu filho nosso irmão Jesus Cristo. É uma oportunidade a mais na vida de mudarmos nossos conceitos, rever nossas atitudes, e tentar ser o mais semelhante possível em nossa caminhada com Jesus.

É muito gratificante ver a vida com os olhos de Jesus e ser um com ele na missão de tranformar o mundo num céu estrelado.