A agonia de estar vivo fazem dos homens heróis ou covardes?

Um homem velho, de 55 anos de idade, acorda todas as manhãs as 5h da matina, como se fosse um ritual da Igreja católica, como se houvesse missa todos os dias, o culto da salvação humana, esse sujeito tem que ir ao seu emprego lastimável. Trabalha em uma loja de sapatos a 18 anos, o mesmo ônibus, metrô lotado, o mesmo gerente a mesma camisa branca por dentro da calça, as mesmas piadinhas sobre o penteado do cabelo, o mesmo bom dia do segurança, as mesmas perguntas e respostas como uma merda de joguinho da vida. Mora sozinho em um quarto que sua falecida mãe deixou, a única pessoa que conviveu a vida inteira, sem amigos, sem mulheres fixas, sem parentes, nada além da sua solidão. Ele não aguenta mais esa vida, o dinheiro que ganha por mês, mal dá para pagar as contas. A angustia de estar vivo mata de desespero todos os dias esse sujeito, perdido, sem sentido, sem rumo nada para si conformar apenas uma tv e um rádio velho como compania. Uma certa tarde de domingo, um dia triste e vazio, poucas pessoas nas ruas esse homem sai perturbado destinado a encontrar uma solução para os seus problemas, mas sabe que estando vivo nada irá mudar não ao menos para ele não existem mais saídas, é como correr em um longo túnel escuro onde não tem fim ou melhor o único fim é seria comprar uma arma e pintar o quarto de sangue, comprar uma arma e acabar com tudo, é o que ele faz. Chega em casa pega trezentas pratas que tinha debaixo da cama e sai atras de uma arma, ao menos ninguém iria ter que limpar o seu quarto ou juntar os pedacinhos do seu cérebro espalhados por todos os lados. Conseguiu comprar uma arma e fez, apertou o gatilho e a última coisa que esse homem escreveu foi Deus seja louvado.

bandini
Enviado por bandini em 16/08/2006
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