Ando precisando de silêncio...

Ando precisando de silêncio. Não consigo refletir, pensar, matutar, brincar com as palavras e os assuntos. Enfim, me espreguiçar mentalmente tudo tem sido tão acelerado. As pessoas parecem sem alma tal a sua falta de calma, Todos estão obcecados pela agora, o consumismo, o imediatismo. Escuto diariamente, mil recados de diferentes pessoas dizendo que é rápido, rapidinho, rapidão. Muitas variações para esta palavra que começo a ter embrulhos no estômago ao pensar nela. Dias desses, num quase ataque de desespero falei para umas pessoas egocêntricas do rapidinho: -- Não quero ouvir nada que seja ligeiro, quero algo lento, manso que lembre as ondas do mar em calmaria. Diram: - Nossa ela está ficando piradona. Não fiquem pensando que defendo o passado, ou passei a tomar boletas para conseguir viver melhor.

Adoro a tecnologia, o mundo moderno com suas mil invenções que nos fizeram conectar com o universo inteiro. Mas, preciso de mim mesmo, necessito de momentos de reservas, de solidão, do então agora não preciso resolver mil problemas. Acredito que faz parte da minha personalidade, gosto da paz, do equilíbrio e da harmonia. Não suporto viver aceleradamente, me cansa no sentido literal da palavra. Não me importo se ficar mais casa, em paz com meus filhos, livros e escritos me gera menos renda. E vamos combinar a profissão que escolhi ( professora) jamais vai me transformar em algo remotamente parecido com uma milionária. Então, eu posso sim ficar em casa e parar, pois o mundo não vai se transformar pela minha falta Assim, sento-me- em frente a minha casa, pego um livro( satolep, do Vitor Ramil ) e entre uma brisa de vento no meu rosto e a página virada do livro, penso, reflito e deliro...

É tão bom sentir-se livre das amarras do é rapidinho, rápido ou rapidão. Amo esta sensação indescritível de liberdade, do pensamento solto sem compromisso com nada. Sei que alguém vai ler esta crônica e pensar: que mulher louca!! Sim sou muito louca, mas mais louco é que me diz que não é feliz e não faz nada apara mudar. Às vezes, paro para olhar as pessoas, um amontoado de formigas querendo juntar alguma coisa para quando o inverno chegar... Porém, penso e se o inverno demorar muito a chegar e nos sentirmos cansados, resolvermos dar uma de cigarra e nos se divertir?? Penso muito numa letra de música do Vitor Ramil que diz assim: vem, anda comigo pelo planeta, vem, nada nos prende, ombro a ombro, vamos sumir, não importa que Deus jogue pesadas moedas, vire pesadas sacolas de lixo pelo caminho, caminha e procura por ti sob o luar do oriente, fica na tua........................:

Loucos de cara( Vitor Ramil)

Mas mais louco é que me diz que não é feliz ara mudar. ( Os mutantes)

Isa Piedras ( 9/04/2010)

Marisa Piedras
Enviado por Marisa Piedras em 08/04/2010
Reeditado em 31/08/2010
Código do texto: T2184679
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