GUILHERME DE PÁDUA

Estava em uma sala de atendimento de uma repartição pública quando percebi que o silêncio tomou conta do ambiente e todos estavam focados na televisão.

Tratava-se de uma entrevista com o fatídico assassino de uma linda e promissora atriz.

Guilherme de Pádua também era uma promessa na arte cênica novelística global até cometer gravíssimo e hediondo crime.

Até onde eu sei, o crime fora premeditado por ele e sua esposa. Levaram a jovem atriz para um determinado local e golpearam-na com uma tesoura.

Lembro o quanto esse fato criminoso deixou tantas pessoas pertubadas e todos queriam vingança em relação aos criminosos. Nenhuma condenação seria o bastante para apagar tamanha atrocidade.

Sempre evitei assistir qualquer manifestação desse criminoso, pois, não acreditava nele. Esse homem era um excelente artista que sabia fazer personagens com facilidade. Porque haveria de acreditar no seu arrependimento?

Depois de muito relutar, então, decidi encarar aquele documentário. Não deu outra. Eu realmente acabei acreditando mesmo que havia arrependimento nas declarações e até mesmo no comportamento desse que antes era visto como um monstro.

Ele reconhecia que não mereceria misericórdia de ninguém. Que todos que o condenaram estavam certos. Ele foi mesmo um monstro destruidor da vida de famílias, incluindo seus pais;  o marido e a mãe da vítima.
 
Ser humano nenhum teria capacidade de perdoá-lo desse terrível crime.
 
Resta a todos os seres humanos agora acreditarem que realmente Deus existe e que ele perdoou esse ser. Quem somos nós, também pecadores, para não assinar em baixo desse perdão supremo?