O diário

Uma forma de comunicação entre as garotas, na década de 70, era ter um “diário”. Aos quinze anos de idade ganhei um luxuoso caderno de diário, com cadeado e chave.

Era um costume entregarmos por alguns dias o precioso diário para que alguém de nossa estima escrevesse alguma mensagem como recordação. No meu diário tinha professores queridos, amigos preciosos, alguns primos, algumas colegas vizinhas, etc.

As mensagens contidas nestes diários reforçavam nossa auto-estima, porque era uma seleção do melhor que havia em nosso circulo de amizade.

Repetidas vezes abri aquele diário para reler a mensagem de um professor idoso, escritor, poeta que eu admirava. A frase escrita por ele era a seguinte:

- No momento que estiver triste saiba que existem pessoas que pensam em você, que a ama. Do lado da mensagem tinha o desenho de um botão de rosa.

Faltavam algumas folhas para que o diário fosse totalmente preenchido, resolvi entregá-lo a namorada de um irmão para fazer uma dedicatória.

Ao final de uma semana cobrei o precioso, ela afirmou não ter tido tempo para escrever, aceitei o argumento. Passaram mais alguns dias, resolvi cobrar o meu diário, nada. Ainda nao tinha escrito, comecei a ficar preocupada. Lembrei inclusive de uma frase escrita por uma das pessoas:

- Somente fazemos, recordamos ou damos preferência ao que nos é importante.

Com esta frase descobri a relação das preferências das pessoas, realmente damos prioridade a aquilo que é relevante a nossa vida.

Depois de mais alguns dias, cobrei o diário de uma forma mais contundente, obtive a revelação fatídica: O diário foi perdido!

Marina Gentile
Enviado por Marina Gentile em 12/04/2010
Reeditado em 13/04/2010
Código do texto: T2192956
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.