Viver é morrer a cada instante

Ele não tem piedade, não nos pergunta se queremos ou não. Não questiona o que faremos com ele ... cada um que o aproveite da forma que melhor achar, que se faça com ele o que quiser. Que o mate. Que o gaste. Que o desperdice ou perca. Que aproveite! Ele passa sem que nada façamos, ele passa tão rápido pelo pouco que fazemos . Ele é estático. Ele pára .... somente para os corações enamorados. Ele voa ... ele se esvai. Morre a cada segundo e sua morte conduz à vida, ou à morte, ou à sorte de lançar-se ao não saber ... não se saber morte.

Há dúvidas se ele é suficiente ou não. A questão fica no ar , pois como aproveitar? Como quiser ...

Somos a nossa conduta e refletimos o que fazemos; nossos atos nos entregam, são presentes concedidos aos observadores atentos , à críticos de “plantão” . Portanto, somos o que dele aproveitamos e se o matamos (pode-se matar o que a instantes morreu?), perdemos, cedemos ... anula-se o “eu”. Anulamos nossas vidas em breves instantes e ganhamos em segundos a satisfação do presente (que ficou pra trás). Saciamos nossos desejos momentâneos, aproveitamos ....matamos?

Curvo-me aos seus pés, acreditando que sua fúria não me atinja, acreditando eu ser agora a hora de aproveitar , de escrever, de sentir-me e tornar-me útil, pois todos estamos sujeitos a morte quando a nossa sorte lança-se às suas mãos : tempo.

Tempo .... a morte de cada instante