O Reino de ninguém

Fleur de Louis - Imperatriz inimaginável

Ela pega uma flor, um a linda Lis. Representa muito bem sua imagem a “fleur-de-Louis” foi o Conde quem lhe deu esse apelido e um pouco depois veio a chamá-la de Ilusão quando essa deixara de ser a Condessa da Cidade da Mentira. A Flor em suas mãos não pode ser arrancada do solo, afinal morreria no mesmo instante mesmo assim ela a segura como se quisesse ter o direito sobre ela.

Todo a vegetação do bosque literal morre ao ser tirado do solo. Mesmo assim é um lugar lindo e com muitas riquezas, coisas muitas vezes ignoradas por humanos, mas que no Reino de ninguém tem muito valor.

Um som baixo e o tremer de terra lhe faz olhar para o horizonte aonde a guerra ocorre, fumaça e mais alguns barulhos semelhantes a o tamborilar de dedos gigantes é isso que ela ouve, mas não é isso que acontece nesse momento e ela sabe muito bem disso. Suas asas abrem e uma poeira leve se levanta o cheiro das flores alcança-lhe o nariz enquanto ela vê as pétalas vermelhas voarem no ar e perderem sua cor tornando-se um marrom sem vida.

Ela respira fundo e se levanta lentamente. Seu corpo não combina com a armadura que ela tem que usar, imponente e bela. Uma armadura branca com o Brasão dourado com Lis entalhadas a sua volta e no meio cortando uma delas está uma trepadeira para simbolizar que não há volta. Ele estará ali em breve, ele estará frente a seus exércitos e sem ela eles não passarão de um simples empecilho.

—Mas já ira voar, pequena? —A voz vem de traz dela e em tom imprudente como sempre.

—Não imaginei vê-lo tão cedo, mudanças de plano? Conde.

—Eu não tenho plano algum você me conhece bem, deveria saber o jeito ao qual eu ajo.

—Descuidado e intuitivamente. Era assim que você se descrevia a uma décadas atrás, agora está com mais um adjetivo. Inconveniente.

Os dois se olham por alguns segundos ele está encostado em uma arvore, seu olhar está direto nos olhos dela. Ele usa seu mesmo terno azul Jeans e calças desbotadas, seus cabelos cobrem em parte o rosto e joga-se desordenadamente com os repiques das pontas sobre os ombros, olhos negros, rosto e corpo bem magros, mãos como sempre dentro dos bolsos. Ele a encara sem saber o que fazer, sem saber se terá que fazer o que lhe ordenaram.

Ela está em pé entre muitas flores na pequena clareira em frente ao Conde. Ela é uma mulher com belos cabelos encaracolados negros que fazem contraste com sua pele branca como a neve,um rosto de menina com um olhar decidido e direto, olhos castanhos escuro e asas em branco com as pontas vermelhas que as fazem assemelhar-se ao fogo quando em movimento.

—I-lu-são — ele diz pausadamente

—Meu nome é Imaginação senhor Conde, o meu nome é Imaginação — A calma das palavras da Imperatriz inimaginável se abala por alguns segundos, porém um novo tremor a faz se acalmar. —Não há tempo para gastarmos inutilmente aqui, ou você veio resolver isso diretamente comigo, ou estará apenas a atrapalhar nós dois.

—Minhas sinceras desculpas, mas como você sabe não sou tão bom quanto você em conversar. Mesmo sendo o Conde da mentira não tenho mentiras em meu repertório, ao contrario de você.

—Você não entende, não é? Eu nunca o trai, foi por isso que me afastei de ti. Você jamais entenderá o que houve e eu não tenho tempo a gastar te explicando o passado. Agora se decida ou está aqui para lutar comigo ou então saia de meu caminho.

—Nossa eu nunca te vi tão exaltada. Bom, estou aqui para lutar contigo, mas não quero fazer isso e não o farei se quiser pode partir. Desejo-lhe sorte e espero não ter que feri-la durante essa guerra. — Ele está olhando para o chão com um olhar perdido.

Ela fecha as asas, dá um passo na direção dele enquanto também meneia a cabeça abre as asas o olha uma ultima vez e dispara na direção do céu enquanto diz apenas para si “desejo não ter que machuca-lo também senhor Sinceridade, senhor tolo Sincero.”

Nota : “Fleur-de-louis” é o nome dado a “flor-de-Lis” que é usada como símbolo da família real francesa.