Vizinha Show de Bola

Bem amigos do blog do buraco, são duas e meia da madrugada de um sábado enluarado nessa metrópole chamada Rio de Janeiro; estamos aqui acordados para narrar essa inusitada partida. De um lado a vizinha do andar de cima, mulher bonita, loira, malhada nas melhores academias de Ipanema, independente, vestindo seu tubinho preto básico, calçando seu scarpin número trinta e três, salto doze. Do outro lado, ele, o amigo da vizinha, garotão de Ipanema, facilmente encontrado nos barzinhos da zona sul, sarado, um metro e oitenta de altura, cabelo partido milimetricamente no meio, calça jeans de marca, camisa colada no corpo, sorriso cativante.

Tudo pronto para o início dessa emocionante partida, as luzes da sala estão acesas, a vizinha e seu amigo entram em campo, já animados pelos chopinhos tomados no barzinho, sentam no sofá da sala e começam o bate papo, é bola pra cá, bola pra lá, gargalhadas acontecem entre uma frase e outra, mas o jogo não flui, parece embolado no meio de campo. Opa, barulho de latinhas de cervejas sendo abertas, parece que o jogo do amigo anda meio escondido, talvez com essa forcinha ele vá partir para o ataque. Deu certo, o amigo avança mais um pouco e a disputa parece que vai pegar fogo, já se escutam beijos entre sorrisos, mas ainda tem muito papo rolando, a vizinha quer uma marcação mais cerrada em campo, ela sugere colocar uma música, levanta, caminha até o aparelho de som escolhe a música e aperta o play. Black Eyed Peas!!! Meu Deus, aonde foi parar o romantismo no século vinte um? Ao som de “I got a feeling”, parece que hoje a noite realmente será uma boa noite, o amigo entende o recado e avança para a grande área, já não se escuta muitas frases, só muitos beijos, grunhidos e respiração forte apimentando a partida. Mão naquilo, aquilo na mão, o jogo está emocionante.

Com um drible desconcertante o amigo entra na grande área e as luzes do quarto se acendem, ele parece estar confiante no seu jogo e parte rápido para o ataque, muitos gemidos se sucedem e pedaços de roupas voam pelos ares, intercalados por beijos calientes. Rapidamente ele entra na pequena área, e começam os barulhos típicos de uma grande partida. A vizinha parece estar gostando muito do jogo, mas ela quer mais, as palavras “vem, vem, vem” são repetidas várias vezes, ele parte pra cima da vizinha, é perna pra um lado, perna pro outro e pimba na gorduchinha, o clímax aumenta, ambos estão inteiros na partida. Os sons típicos são ouvidos em alto e bom som por todos no buraco, quando uma torcedora inconformada grita de sua janela, “Vai fazer isso em um motel!”. Subitamente a partida é interrompida, por alguns segundos a torcida fica apreensiva, o que terá acontecido? Mas, logo o suspense se desfaz, penalidade máxima marca a vizinha! Ela então se prepara, abre bem a janela do quarto, vira para seu amigo e diz “bate! bate! bate!” . Prontamente o amigo atende ao pedido, os gemidos agora atravessam as paredes do buraco, a galera vai a loucura! Ele corre com todo seu empenho em direção a bola e chuta por entre as pernas da vizinha, é GOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLL!!! O amigo marca seu gol aos sete minutos do primeiro tempo. Sete minutos? Nossa! A noite realmente promete ser uma boa noite! A bola então é colocada no círculo central, e vamos aguardar o reinício da partida. Aguardei, aguardei, aguardei... Bem, melhor ir dormir, parece que a partida é do estilo morte súbita, acaba quando saí o primeiro gol. Boa noite a todos, amigos do blog do buraco, e até a próxima partida!
Blog do Buraco por Ricardo Leão
Enviado por Blog do Buraco por Ricardo Leão em 16/04/2010
Código do texto: T2200617
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