Viajando pelo nordeste

Esther Ribeiro Gomes

Nosso Brasil tem belezas mil que muitos não dão valor, mas aos estrangeiros encanta!

Se pudesse, viajaria do Oiapoque ao Chuí.

Meu marido e eu ficamos apaixonados pelo nordeste e fizemos muitos passeios por lá.

Conhecemos da Bahia ao Ceará, passando por Salvador das belas Igrejas e do famoso Pelourinho. Praia do forte, com suas belíssimas praias de águas turquesa, onde há preservação das tartarugas marinhas. A bela Ilhéus onde há o museu de Jorge Amado e se toma um delicioso suco de cacau.

Visitamos Porto Seguro, onde nasceu nossa terra e foi rezada a primeira missa aos vinte e seis de abril de 1500.

Conhecemos também Arraial d’Ajuda e a belíssima Trancoso.

Quando a maré estava baixa fizemos um passeio de escuna e bem distante da praia descemos do barco e ficamos, literalmente,

em pé no fundo do mar, junto com peixes de várias espécies, ouriços, estrelas do mar (teve uma que ficou no meu ombro), foi incrível!

Em Alagoas conhecemos a bela Maceió, com suas ruas repletas de coqueiros e praias belíssimas! Na praia de Pajuçara fizemos um

passeio deveras inusitado.

Também na maré baixa fomos numa jangada até bem longe da praia e lá ficamos, junto de muitas outras, formando um círculo. Havia jangadas de petiscos, de bebidas, de música e outras tantas de turistas como nós. Bem no meio do círculo descíamos do barco e ficávamos em pé, comendo, bebendo e dançando ao som da música vibrante! Para quem nos avistava da praia, parecia que estávamos no meio do mar, tal qual o milagre de Cristo!

Nos arredores de Maceió, vimos casinhas antigas com arquitetura portuguesa onde na fachada, em algumas havia um enfeite, em outras, dois e em outras, nenhum. Então ficamos sabendo que naquela época havia distinção entre as pessoas.

Nas casas dos que tinham mais posses, havia dois enfeites na fachada que eram chamados ‘eira’ e ‘beira’.

Dos que tinham menos, havia apenas um enfeite e nas casas pobres, não havia nada. Daí vem a expressão: ’Sem eira nem beira’...

Vimos também árvores cujas frutinhas vermelhas se chamam ‘periquiti’. Os índios as utilizavam para pintar o rosto e o corpo.

Daí vem a expressão ‘emperiquitada’, para definir as mulheres que se enfeitam em demasia...

Aprendi também o significado do nome ‘Abrolhos’, arquipélago berço das baleias Jubarte.

Na época do descobrimento, muitas caravelas naufragavam quando chegavam perto da costa, devido aos grandes corais e recifes ali existentes que rasgavam os cascos das naves. Os portugueses escreviam aos seus patrícios, dizendo:

- Quando chegardes perto da costa, abri os olhos (daí, abrolhos) porque há muitos corais e recifes.

Em Pernambuco, conhecemos a bela ‘Porto de galinhas’, cujo significado do nome me surpreendeu.

Na época que antecedeu a abolição da escravatura, foram editadas muitas leis que beneficiavam os escravos, como a Lei do ventre livre, da libertação dos maiores de sessenta anos e também a lei proibindo o tráfico de negros. Então os fazendeiros mandavam buscar os negros na África e os colocavam feito animais no fundo dos navios e em cima enchiam de galinhas para driblar a fiscalização.

Quando os navios atracavam no porto, os fiscais só encontravam galinhas. Daí o curioso nome ‘Porto de Galinhas...

Ainda em Pernambuco, conhecemos Olinda que dizem ter esse nome porque os portugueses quando lá chegaram ficaram tão encantados com sua beleza que exclamaram:’Oh, linda!’

Conhecemos também a bela ilha de Itamaracá, onde existe um pitoresco restaurante, em que caranguejos enormes seguram canecas de cerveja! Eles são as estrelas do lugar, dormem em pequeninas redes (cada um tem a sua) e pelas paredes há diversas fotos de artistas famosos bebendo cerveja nas canecas seguradas pelos caranguejos... É ver para crer!

Outra cidade lindíssima é João Pessoa, capital da Paraíba.

É a cidade mais verde do Brasil e está situada no Ponto Extremo Oriental das Américas, por isso recebe os primeiros raios solares em todo continente americano. É onde o sol nasce primeiro!

Assistir ao pôr-do-sol na praia fluvial do Jacaré, ao som do Bolero de Ravel, é deslumbrante!

Ficamos hospedados no Hotel Tropical Tambaú, um dos mais antigos, mas sua localização é privilegiada: praticamente dentro do mar!

Os terraços dos quartos ficam dentro da água. Eu tinha a sensação de estar num navio...

Natal, capital do Rio Grande do norte, foi um dos lugares que mais

me encantou!

Genipabu, onde se anda de buggy pelas dunas móveis (o vento as penteia e elas mudam de lugar), que são as mais altas nos passeios de maior emoção e as fixas, mais baixas, para quem não quer se arriscar muito... Do alto das dunas pode-se descer de ski-bunda,

com maior ou menor emoção. É muito divertido!

Finalmente, conhecemos Fortaleza, capital do Ceará, com suas praias belíssimas, ótimos restaurantes e recantos encantadores...

Tem também belas dunas, mas menores que as de Genipabu.

Há outros lugares que gostaria de conhecer:

No Ceará, Jericoacoara (que quer dizer ‘jacaré coarando’ no sol), Lençóis Maranhenses e Fernando de Noronha.

Quem sabe um dia, se Deus quiser...

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 19/04/2010
Reeditado em 20/04/2010
Código do texto: T2205630