Êxtase de prazer

Entrelaçados, misturados e coniventes com o grito, suados e exausto de ter um ao outro , eles se completam na medida em que se tem, tomam posse, erguem a bandeira e cede a paixão da carne, do coração, da alma.

A carne lateja, sentem o gosto do gozo ao mesmo tempo em que se instala em cada um uma sensação única de desejo e devoção.

Calam-se, não há palavras pra traduzir esse momento, se entorpecem de tal forma que chegam ao ápice do sentir, se tocam com a voracidade de um animal, sugam-se...

Não há limites, são devotos do mesmo deus e se tomam no ritmo frenético de suas sensações.

A resposta do prazer goteja pelos seus corpos, tão extasiados, tão ávidos um do outro, domam-se e se devoram com o gosto mais doce do querer.

Ainda entrelaçados, os laços aparentes continuam - naquele instante – firmes e selados, tornam-se um só... Não há tempo preciso para o sentir, não há hora ou regra para o termino, o que querem é sentir cada vez mais e com intensidade o sabor da paixão.

Cada milímetro um do outro é escalado, descoberto, explorado, abrem-se como leques e ignora a vergonha, o corpo implora o prazer. São sensações únicas, momento de êxtase.

Deitados um sobre o outro, acolhem-se como quem está em seu ninho, tocam-se como música em sintonia, como chuva em terra firme... Dentro um do outro e entregues ao desejo,eles se contorcem no movimento suave e selvagem de seus corpos.

Enlouquecem,sorriem,gritam e se unem ao mesmo sentir.

Os olhos, os lábios, o cheiro se misturam, se singularizam e se devoram com a delicadeza de uma seda, como quem saboreia e como quem degusta.

Tudo em volta parece parar, tudo parece irreal, absoluto... Eles se conjugam e se laçam, ali, naquele instante, sem existir o amanhã, são apenas dois corpos apurados um do outro e atrelados a vontade de sempre querer escalar o mais alto desejo.

Chama-se isso paixão, o melhor ingrediente para a mistura certa do encanto supremo de dois corpos que elegeram ser um do outro.

Ana Clea Bezerra

blog pessoal:http://elasente.blogspot.com

Ana Clea Bezerra de Abreu
Enviado por Ana Clea Bezerra de Abreu em 19/04/2010
Reeditado em 19/04/2010
Código do texto: T2206764