10 Stones para o seu outono

Como a época é de fazer listas nesta coluna no Recanto, vou atacar logo com a mais difícil de todas. Escolher 10 entre as mais de 100 músicas dos Rolling Stones (contando só as assinadas pela dupla Jagger/Richards), que sejam, por assim dizer, as favoritas.

São aquelas que me fizeram adorar a banda, e por isso são as que mais recomendo. São as que peço para os amigos que têm banda tocarem, as que coloco para as garotas ouvirem para amolecer a alma, as que fico cantarolando quando nada há para fazer a não ser cantarolar ou assoviar.

Também são as que inspiram os mais animados debates musicais sobre técnica e feeling de músicos como Charlie Watts, Keith Richards, Bill Wyman, Ron Wood, Mick Jagger e a galera da banda de apoio. Como costumo dizer, são as que mais me agradam.

E o mais legal de elaborar uma lista com esta é ficar pensando em quantas belezuras ficam de fora, e assim ter mais um motivo para exaltar a grandiosa obra desta banda. Em ordem cronológica, eis as campeãs:

1 - Ruby Tuesday – do Between the Buttons, 1967.

Só a melodia vocal desta música já emociona. Jagger cantando grave no ao vivo Flahspoint, de 1991, com o piano de Chuck Lavell ao fundo, é de ouvir a vida toda. É esta versão que considero aqui. Considero a que tem o melhor riff entre todas as músicas da banda. Presente em praticamente todos os álbuns ao vivo, fica difícil dizer qual versão é a melhor. Aqui vai a original.

2 - Jumpin' Jack Flash - single de 1968. Dos clássicos mais clássicos, como (I can't get no) Satisfaction, Brownsugar, Start Me Up, esta é a minha preferida.

3 - Sympathy for the Devil - do Beggars Banquet, de 1968.

A letra mais intrigante dos Stones, acompanhada por uma percussão hipnótica, alguns poucos acordes de guitarra e gritos agudos repetidos ritmadamente. Ninguém fica indiferente a Sympathy For The Devil.

4 - You Can't Always Get What You Want - do Let it Bleed, de 1969. Impossível não lembrar do comercial da Motorolla que tinha esta música como tema, lá pelos idos de 1995, na primeira vez que os Stones se apresentaram no Brasil. Aos 9 anos, já gostava mesmo sem saber do que se tratava.

5 - Midnight Rambler – do Let it Bleed, de 1969.

Blues da melhor qualidade, do álbum Let it Bleed. Em algumas versões ao vivo, ela começa com um solo de harmônica finíssimo do Mick Jagger e se arrasta por cerca de 10 minutos, alternando ritmos, mas sempre com uma pegada de blues incrível. A versão aqui é do show no Maracanã, de 1995.

6 - Wild Horses - do Sticky Fingers, de 1971.

Que refrão! "Wild, wild Horses, couldn't drag me away". Muito toquei esta música no violão (a grosso modo), com os amigos na noite serrana.

7 - Loving Cup - do Exile On Main Street, de 1972.

Gosto das estrofes, meio conversadas, meio choradas. E a imagem do refrão é ótima: “Me dê apenas um gole da sua taça de amor e eu cairei bêbado”. Também gosto de quando o Keith Richards facilita a vida dos violonistas meia-boca, como eu, com harmonias simples e belas, com esta.

8 - Just My Imagination - do Some Girls, de 1978.

De todas as que estão nesta lista, foi a última a qual me rendi. Relutava um pouco em uma época em que ouvia mais os clássicos, e esqueci dela. Lembrei da sua beleza já sabendo apreciar belas melodias vocais sem riffs agressivos. Foi uma grata redescoberta. A versão é do Shine a Light, DVD de 2008.

9 – Waiting on a friend - do Tattoo You, de 1981.

Só o título já transmite a beleza desta canção. “Esperando por um amigo”. E a verdade é que tudo na música, letra, melodia, ritmo e harmonia, dizem a mesma coisa. Do prazer de “não estar esperando uma garota, mas apenas um amigo”.

10 - Saint of Me - do Bridges to Babylon, de 1997.

Para não deixar os álbuns mais recentes de fora, incluo esta que é a melhor do Bridges to Babylon, o último álbum de inéditas inspirado dos Stones (depois veio A Bigger Bang, fraco).

Andrei Andrade
Enviado por Andrei Andrade em 29/04/2010
Código do texto: T2226668