O Fim do Mundo

“O fim está próximo” – é este o alarido que temos ouvido em recente anúncio comercial televisivo, onde alguém interpela o interlocutor, declarando concordar que o Mundo vai acabar, ao qual este o corrige, alegando estar apenas anunciando o fim do prazo da isenção de impostos, decretado pelo governo, na venda de carros zero quilômetro; trata-se, portanto, de uma forma de chamar a atenção do público, incitando-o a aproveitar-se dessa isenção, ao decidir-se logo a comprar um veículo. É um golpe de marketing bem criativo, não há duvida, porém não passa de uma forma mórbida de se usar um acontecimento catastrófico, como chacota ou deboche.

Essa desmoralização da previsão do Fim dos Tempos tem fundamento nos constantes anúncios premonitórios religiosos, com prazos determinados para acontecerem cataclismos da destruição final, mas que nunca se realizaram, daí então a descrença e a desqualificação de algo que foi alvo de preconização por grandes mestres verdadeiros e sérios sobre o Juízo Final, sem definição de tempo certo, o que pode identificar como sendo gradativo, ao longo de um período. Atualmente, estamos acompanhando mais uma predição desse evento para o dia 21 de dezembro de 2012, conforme o calendário maia, de onde se extraiu o enredo de um mega filme de efeitos especiais, que está rendendo muitos milhões aos seus produtores e diretores, embora eles mesmos não devam estar acreditando nessa história, porque senão seria uma perda inútil de energia, com a intenção de se auferir o ganho de um montão de dinheiro, no limiar do desastre total. Realmente, fica difícil de se acreditar que alguém possa estipular, com precisão (dia, mês e ano), um tal acontecimento apocalíptico, mesmo vindo do misticismo da civilização maia, porém nunca devemos desprezar ou então supervalorizar algo que não conheçamos, mesmo que as evidências venham a apontar como sendo mais um engodo, como tantos outros.

Quando alguém consegue desligar-se, mesmo que por alguns momentos, das preocupações com o andamento do seu time de futebol, com o passeio das próximas férias, com os cuidados exagerados dirigidos ao seu cachorrinho, ou com uma forma de burlar o Imposto de Renda, daí pode vir a colocar os pés no chão, assim vindo a olhar para fora do próprio umbigo; é nessa hora que bate o medo da incerteza de um futuro promissor e da nebulosidade quanto à própria vida, já vivida e a viver, muitas vezes incluindo aí os seus descendentes. Os não alienados estão presenciando o quanto a Terra está doente e o quanto ela tem vida, em concordância com a Hipótese de Gaia, haja vista simplesmente a força descomunal demonstrada pela última erupção vulcânica na Islândia e pelos terremotos do Haiti, das costas chilenas e da China, isto sem falarmos das inundações, deslizamentos de terra, tsunamis e afins.

Mesmo havendo teorias científicas que defendem a hipótese do aquecimento global, ao mesmo tempo, ao inverso, havendo defensores do resfriamento do Planeta, de qualquer forma a demonstração de que a situação está se tornando caótica, caminhando para um desastre de proporções inimagináveis, é muitíssimo evidente e palpável, sendo mais sério do que a perda de um “importante” campeonato por um time de futebol, que seja campeão em massa de torcedores. _Alguém discorda? Garanto que centenas de milhares de sobreviventes dessas catástrofes “naturais” não terão essa coragem, principalmente aqueles que perderam, além de bens materiais, familiares e entes queridos.

Os que conseguirem mudar seus conceitos de valores, ainda nos dias de hoje, poderão conseguir ultrapassar os dias de amanhã, quando o caos mundial se estabelecer, onde simplesmente ninguém mais poderá prestar ajuda a outrem, porque o seu próprio “quintal” estará também desmoronando e a força do dinheiro não poderá mais respaldar qualquer salvação. A situação que está se estabelecendo, no Fim dos Tempos, é de acordo com a ação definitiva da Justiça do Criador, separando os adeptos do materialismo dos espiritualistas pragmáticos, mesmo porque todos, sem exceção, tiveram exatamente as mesmas oportunidades de escolha, por inúmeras reencarnações – é o acerto final entre débitos e créditos.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 01/05/2010
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