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"Rosa de maio
é meu desejo
mandar-te um beijo
nesta canção...

É o mês das noivas e das novenas. Mas ,aqui em Salvador,o tempo enlouqueceu e,as chuvas de Abril,chegaram em Maio,o que me leva a jurar que o relógio da Natureza,também anda mal da cuca.Até as rosas de maio sumiram das floriculturas;só encontrei rosas colombianas,caríssimas como cocaína.
Aqui, o dia amanhece bonito ,sol promissor,-vai dar praia,digo eu!-única preocupação dos baianos, além do Ba-Vi e dos pagodes,segundo os sulistas. .Daqui a  pouco cai um toró,sem explicação,sem emitir sinais,as ruas ficam alagadas,não dá praia,mas,pelo menos,podemos passear de barco nas largas avenidas de vale.Se não podemos confiar mais no azul do céu e,muito menos,nos olhos azuis das mulheres,em que confiar então? Tamos d’end’água,como diz o tabaréu.Literalmente.
Por aí, já começo minha eterna luta com o ignorante corretor ortográfico do Word,um metido a besta que não reconhece as expressões regionais do Nordeste e vive me enchendo de antipáticos tracinhos vermelhos;mando-lhe se roçar nas ostras,mas,ele não vai e fica aqui me inticando, quando tiraria mais lucro se fosse passear em Natal ou Porto Galinhas,ou mesmo banhar-se em Sauípe.
O certo é que o tempo e as mulheres costumam armar temporal por nada.
As noivas ainda existem e resistem e continuam a subir ao altar com pompa e circunstancia, sem se preocupar com a virgindade, felizmente, extinta.
O Mês de Maria também continua firme; devotas rezam o Oficio de Nossa  Senhora ,senhora essa,cujo ofício era ser mãe de Jesus, ofício perigoso e doloroso.Mas,o bom é que os cheiros das angélicas enchem o ar,as vozes afinadas,cantam,como coros de anjos,as casas cheiram a santidade,devido ao incenso,que sobe aos céus para alegrar as narinas da Senhora. No dia que A encontrar,sabendo como Ela é bondosa e compassiva,portanto vai se dignar a cumprimentar essa pecadora empedernida,quero perguntar-lhe sobre seu maior milagre:como uma camponesa de Nazaré,na Palestina,torrada pelo sol inclemente do deserto,pode virar loura de olhos azuis,mais ariana que uma sueca;este é um dos mistérios gozosos que eu,na minha santa ignorância,nunca entendi;
nem me atrevo a perguntar ao Papa,pois,o medo da fogueira ainda persiste no meu inconsciente,desde quando uma honesta senhora paulista,fez uma regressão ás minhas vidas passadas(inúmeras,já que sou uma pecadora de carteirinha e venho sempre dar com os costados neste vale de lágrimas) e afirmou que eu fui uma das hereges queimada pela Santa Inquisição;agora,vejam vocês,se nem o fogo sagrado me consertou,fazer o quê!?
 
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 02/05/2010
Código do texto: T2232074
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