CENSURAR! EU NÃO ME ATREVO

CENSURAR! EU NÃO ME ATREVO

Não posso dizer se eu sou melhor ou pior do que alguém. Mas há algo em mim, que me torna diferenciado pelo menos da maioria daqueles com quem convivo.

Creio eu, ser um pouco futurista, com vista à época em que vivo.

Passei boa parte da minha vida, brigando com a padronização imposta ao nosso vivenciar. Eu nunca fui adepto do viver com dia e horas previamente determinados, para fazer algo de que eu tenha vontade.

Sou um adepto do aqui e agora, da oportunidade, do acaso.

Seguir certas regras, padrões estipuladas por convenções humanas, que fogem a vontade natural do homem, provoca-me náuseas e me induz ao lado oposto a regra.

Mas há aqueles que gostam de tudo o que é pré-moldado. Não os censuro por isso. Porém eu fico muito chateado, quando tentam inserir-me dentro de um contexto, regido por regras padronizadas de comportamentos.

Isto é da minha formação, do trabalho de autoconstrução emocional, que há muito tempo venho desenvolvendo comigo mesmo.

Como eu consigo desenvolver essa prática? Vejamos: quando estou a trilhar um caminho; e se alguém me apresenta alternativa, então paro, analiso os prós e os contras dos dois caminhos, o ganho que estes me oferecem. Então, faço a opção que melhor se adéqüe as minhas necessidades de momento e prossigo a minha caminhada.

Muitas pessoas não fazem esta parada para a análise daquilo que tem ou do que lhe é indicado. Aceitam simplesmente as regras que lhe são sugeridas ou as de uso continuo já incrustada pela cultura vivenciada.

Assim, quem quiser seguir as padronizações culturais, individuais, grupais que siga só não me incluam nesse 'hall'.

Eu sinto o prazer pelo agora, adoro viver o momento e não tenho nenhum gosto pelo amanhã; até porque, quando este chegar não será o amanhã e sim o hoje. É neste hoje que eu vivo, convivo e reajo a todas as tentações padronizadoras, enrustidas na forma humana, daquele que se permite escravizar.

Parodiando dois versos da letra, Velhas Viagens – Eu bebo Sim: “eu bebo sim estou vivendo, tem gente que não bebe está morrendo”, eu digo: eu reajo sim estou vivendo, tem gente que não reage está morrendo.

Viva a liberdade de ser você mesmo. Viva o hoje, o aqui e o agora e bom proveito.

Rio, 13/05/2010

Feitosa dos Santos