Razão, sentimento e vontade

O ser humano muitas vezes se encontra em situações em que necessita tomar decisões, tendo pela frente grandes dificuldades, que o deixam atado a princípios morais, religiosos, legais, sentimentais, egoístas ou altruístas, enfim, encontrando-se obrigado a seguir um rumo, em meio a uma encruzilhada, que poderá mudar o próprio destino ou de outrem, de forma favorável ou não, em concordância com a sua escolha do caminho a seguir.

Muitos já ouviram falar em razão e emoção, outros, em força do pensamento, outros ainda, em instinto e sexto-sentido, porém podemos perceber que, em quaisquer dos casos, algo permanece incompleto, porque a verdadeira origem desses sentimentos está na obscuridade, envolvida por uma névoa inexplicável, ocasionada por desconhecimentos científicos sobre a espiritualidade e a quarta dimensão. Pelo fato de tanto uma como outra se tratarem de algo invisível, impalpável, não mensurável pela ciência materialista, elas passam a ser consideradas como o “nada”, portanto fica mesmo difícil o seu estudo, por se tratar de coisas “inexistentes”, embora influentes no cérebro das pessoas; daí então o aparecimento da psicologia, da psiquiatria e da psicanálise, tudo ligado ao comportamento humano, principalmente à exteriorização da vontade e de decisões.

O homem está aprisionado às três dimensões do mundo físico e não consegue entender que as vibrações cerebrais do pensamento fazem parte de uma outra camada dimensional não física, onde as ondas mentais refletem no corpo material a vontade do agente, comandada pela razão e pelo sentimento, que não passam de simples vibrações energéticas invisíveis, mas que são primordiais para darem continuidade à vida. Nossas ações têm que gerar resultados positivos, tanto para o bem-estar nosso como o dos nossos semelhantes, porém, para que isso aconteça, é imprescindível mantermos o equilíbrio entre a razão e o sentimento. A razão é fria, calculista, lógica, rigorosa, objetiva e pende para o espírito de justiça, enquanto o sentimento é caloroso, inconsequente, ilógico, permissível, subjetivo e pende tanto para a revanche e o ódio, como para o egoísmo e apego, ou então, de maneira contrária, para o amor, a paixão, o altruísmo e a misericórdia; talvez o maior dos sentimentos seja a gratidão, logo o mais negativo seria a ingratidão.

Fica bem fácil entendermos o quão é importante mantermos o equilíbrio entre essas duas formas de pensamento, mesmo que tenhamos, em determinadas ocasiões, de permitir que uma delas prevaleça, por razões de bom senso e de coerência nas nossas ações, sempre com o cuidado de não cairmos no caminho do desequilíbrio, cujas consequências poderiam se tornar desastrosas. Percebam, portanto, como é importantíssimo possuirmos o espírito de busca para adquirirmos conhecimentos úteis ao desenvolvimento da sabedoria; somente ela nos dará o devido respaldo para que nossos pensamentos, nossas palavras e nossas ações se mantenham em alto nível de concretizações positivas.

Com a força da razão conseguimos manter nos eixos os delírios dos sentimentos, e são estes que conseguem quebrar a rigidez insensível daquela; dessa forma, com esse equilíbrio, a vontade pode ser manifestada positivamente, de acordo com o bom senso, respaldado pela sabedoria. Podemos então exemplificar, usando-se o dia a dia familiar: É líquido e certo que, se mantivermos nossos filhos sob um clima de terror, pela rigidez da hierarquia paterna, iremos criar entes recalcados, revoltados, com o coração duro e insensível para com o sofrimento alheio, podendo se tornar em elementos perniciosos, criadores de violência, até contra si mesmos, como no caso de queda nas drogas alucinógenas. Por outro lado, vamos encontrar indivíduos fracos de espírito, dependentes ao extremo, perdidos em suas introspecções e sonhos, autoindulgentes, com tendências à queda em estado de depressão, tudo como resultado pela superproteção materna. Essas mazelas, e muitas outras mais por aí, não passam de simples consumação pelo uso indevido do “sonen” (razão, sentimento e vontade) e pelo desconhecimento da sua influência no mundo invisível, e daí em nossa vida terrestre.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 16/05/2010
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