O PAÇO MUNICIPAL

O Paço Municipal, construção do estilo colonial, ficava à rua da Matriz no local onde hoje é construída a residência do Vereador Arnou Pinheiro.

A sua presença imponente embelezava como lábaro hasteado e dava um tom de brasilidade à rua da Igreja. Bastava olhá-lo e constatar que dentro de mim brotava um sentimento de patriotismo, talvez porque ali funcionava a Prefeitura Municipal e ainda tínhamos, naquela época, muito amor, carinho e respeito pela pátria e a alimentávamos esperança por dias melhores.

Era o térreo ladeado à sua esquerda por uma escada que dava acesso ao primeiro andar, de onde tínhamos uma vista belíssima.

Seu piso era de madeira em toda a extensão do primeiro andar. Havia três portas que davam acesso à sacada frontal, local de onde os oradores proferiam seus discursos nos dias de festas cívicas, como por exemplo no dia da Pátria e de onde se deliciavam com a vista do comércio, da praça da Igreja, do chalé do Sr. Manoel Leite, enfim de boa parte da cidade. Dos fundos, podia-se apreciar a natureza exuberante através da vista do riacho, da cacimba do boi, da cacimba de vovó Luzia, do Serrote, da Taboqueira com seus coqueirais acenando para a amplidão com o movimento cadenciado de suas palmas e com o espetáculo oferecido pelos urubus com as suas acrobacias como se fossem paraquedistas.

Sinto, até hoje, revolta por ter sido aquele edifício demolido. Povo que não preserva sua memória perde sua identidade cultural e destrói sua própria história.