Máscaras

Máscaras, até quando?

O silêncio é maravilhoso. Melhor seria se fosse possível fazê-lo na alma.

Quando estamos cercados por silêncios a cabeça não pára. Martela.

Não sossega até deixar a nossa alma triste!

Como tenho me sentido triste!

Triste por não conseguir fazer nada por mim.

Analisando-me, vejo que só sei viver se estou em função de alguém ou algo. Sou muito boa nisso. As pessoas que me cercam têm tudo que posso dar-lhes Não aprendi a olhar para mim e não permito que minha fragilidade apareça. Sou forte! Ninguém precisa fazer nada por mim. Sou imensamente capaz e conhecedora das coisas. Que engano! E, como engano bem! Todos que me cercam acreditam nisso! Só eu sei o quanto em mim grita por socorro. Parece-me que ninguém é capaz de escutar este grito calado. Dissimulo o sofrimento. Pessoas que tomam o papel de vítima sempre são favorecidas, mas meu orgulho não deixa vitimar-me. Sou forte, mas não aguento mais.

Vou desabar. E aí, como vou ficar? Quem vai entender a minha fragilidade vítrea que a qualquer momento, uma pequena brecha, poderá deixar em cacos toda a dureza contida nesta mentira que sou eu.

O que sobrará?