Tolerância zero

Apesar de ter o astral sempre pra cima, tem certas coisas que são verdadeiras tolerância zero pra mim. E cá entre nós, veja se isso não é caso de tolerância zero.

Bragança Paulista é uma cidade de morros. Lá as mulheres tem as panturrilhas mais bonitas que eu já vi, de tanto descer e subir ladeira. É bom observar que não adquiri esse saudável hábito e deste modo não torneei minhas singelas batatas das pernas.

A questão é a seguinte: eu tinha um corsa do modelo super (isso em meados de 1998) e o bendito carrinho era 1.0. Toda vez que eu ia subir um morro eu meio que abaixava a cabeça pra evitar o assédio da rapaziada, porque o corsa passava uma vergonha ....tadinho!

Estava eu indo pra Faculdade e tinha um morro à minha frente rumo ao estacionamento da USF. Eu pisando fundo, rezando pro corsinha não morrer e eis que surge na minha frente uma criatura que grita: “ Oiiiiiiiiiiii ...eu sou a Dani!!!!”. Olhei pra cara dela como quem diz: que Dani? E ela: “ A Dani !!!!! Do fantasia!!!!”.

Mais uma vez pensei com meu ímpeto de tolerância zero: o que eu tenho a ver com isso ? Puta que pariu, o carro tá quase morrendo e me vem um exemplar Neandertal me dizer que é uma das meninas daquela bosta de programa pra acéfalos.

E a linda “fantasiete” prosseguiu: “Você é a Janaína, de Americana?”. Xiiiiii ...lá vem merda. Eu nem sabia quem era a figura e a figura sabia quem eu era. Tô ferrada, vou ter que sorrir e agir como ela: “ Oiiiiii ...eu sou a Janaína!!!! De Americana!!!!!”.

Até hoje eu não sei o que aquela criatura pretendeu com aquela cena dantesca, o que sei é que o coitado do corsa não agüentou e desceu morro abaixo. Cheguei na Faculdade aquele dia puta da vida pelo fato da “fantasiete” ter feito meu carro descer a ladeira.Essa é mais uma prova de que certos absurdos só acontecem comigo.