Amor ao Proximo

A rua era estreita e movimentada. Os carros estacionados nas calçadas davam pretexto a existir o guardador de carros: Um rapaz escuro fazia daquela rua seu ponto de trabalho, e já se tornara conhecido dos moradores; que aceitavam sua presença, até como segurança.

Como nem sempre estava sóbrio, acabou sendo atingido por um carro; ocasionando-lhe um ferimento na perna, de difícil cicatrização.

O rapaz tentava arranjar vaga para os carros que chegavam ansiosos por estacionar. Porem, na saída o motorista não se lembrava de pagar. E o pobre rapaz, capengando, tentava correr atrás do carro para receber a gorjeta.

Quando não havia movimento: ele sentava no meio fio, tentando descansar a perna enfaixada.

Num dos edifícios da rua, um morador chega ao apartamento, após longa noite de trabalho.

Sem nada dizer, arruma uma caneca de leite com café, faz um sanduíche e sai porta fora. Leva em uma das mãos a merenda e na outra a maleta de primeiro socorros.

Ele não é médico ou enfermeiro. É, simplesmente, um analista de sistema, funcionário graduado do Núcleo de Processamento de Dados de um grande banco.

A esposa, curiosa e atenta, chega à janela.

Com o olhar acompanha o marido: Que ao chegar perto do guardador, sentado no meio fio, curva-se e entrega-lhe a caneca com leite e o pão. Em seguida, agacha-se e refaz o curativo sujo do guardador. Trocam algumas palavras.

O senhor se levanta. E volta para casa a passos largos.

Trás no rosto um sorriso tranqüilo.

Ao entrar em casa comenta: A perna do Moacir está melhorando.

A esposa sorri... Ama e admira aquele homem que após uma noite de trabalho, de maneira simples e sem alarde, enxerga no humilde flanelinha um ser humano carente de atenção.

Um exemplo vivo do verdadeiro amor ao próximo e o significado da palavra irmão.

Lisyt

Lisyt
Enviado por Lisyt em 22/05/2010
Código do texto: T2272610