Eu sinto tantas emoções...

Eu sinto tantas emoções... Sei parece uma letra do Roberto Carlos. Mas é verdade!! Há uma dor desmedida que me invade, nem as palavras, versos ou parágrafos inteiros não conseguem traduzi-la. Sei que em muitas às vezes, as pessoas me olham externamente e não acreditam nos textos que escrevo. Sei lá... Não consigo me adequar ao este mundo dolorido que me oferecem. Não estou falando da minha vida particular, sou o que escolhi ser: mãe de dois filhos adolescentes lindos, amorosos e professora. Talvez, esta essa a questão: o ser professora no mundo atual. A angústia de não conseguir resolver nada, a sensação de inutilidade que nos atinge cada vez que falamos com uma mãe e ela nos olha apática e diz: Não sei o que fazer? E nós o que fizemos com trinta ou quarenta alunos em aula, mãe?

Esta resposta não existe, quando pensamos nela surge um precipício sem inicio. Mas, o fim brota bem rápido; assim que chegamos em casa, pois surge um vão enorme entre o que sonhamos, idealizamos e a concretude da realidade que nos assola... Temos uma sociedade que padece... Os alunos sofrem pela inutilidade que a escola se tornou: um espaço fechado com adulto sabedor ou cuidador, na maioria das vezes, se sente aborrecido, extenuado e abatido... Esse adulto titulado sofre também... Está tão fragilizado quanto às mães que nos olham seus olhos dolorosos do não sei o que fazer.... Dói a agonia dos desabafos que temos que silenciar.

E o restante da escola? Será que também querem fugir para algum lugar distante dos alunos? Pergunta-me o meu coração, não sei... Talvez... As respostas não surgem e as aflições se acumulam como um amontoado de plumas num melado. Há solução? Realmente, não sei, estou no meio do redemoinho não consigo pensar, estou envolvida dos pés a cabeça. Somente sinto... Os professores estão fora de moda. Uma profissão em extinção como já escrevi, em algumas vezes, na minha cantilena repetida de dor e agonia pelo fim de um mundo educacional fracassado. Gostaria de não ter sentimentos, apenas esperar a minha aposentadoria e olhar a vida de longe, da janela ou de uma porta envidraçada. Sem sentir os respingos de dor que me alcançam a cada vez que vejo o olhar fragilizado de uma professora, ou de uma mãe desarticulada e meio sonsa que não consegue lidar com os próprios filhos.

Isa Piedras

22/05/2010

Marisa Piedras
Enviado por Marisa Piedras em 22/05/2010
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