...QUANDO O AMOR É AUTÊNTICO...

As mãos estavam juntas com os cinco dedos entrelaçados quando te vi pela última vez. Os pensamentos por mais distantes, sempre acabavam por se encontrar nos olhos que mais pareciam espelhos. As mãos usavam de canetas e por vezes até um spray para expressar todas aquelas coisas que estávamos vivendo juntos, e aí qualquer coisa servia de papel, de um pedaço de madeira encontrado no chão ao poste em frente à sua casa. Os anos passaram e você desapareceu, mas aquelas marcas ainda estão intactas e espalhadas pelo bairro. O jardim ainda vive lá no quintal com todas as coisas que deixou morrer por pensar que eu não fosse capaz de cuidar. Os dias vão passando e continuo reescrevendo a palma da minha mão, só para contrariar as previsões de quem sempre se adianta com conceitos que só interessam a si mesmo. A felicidade, além de todos os sorrisos que proporciona, parece também enterrar uma boa carga de sentimentos ruins dentro do peito de outros. A minha vida sempre foi além dos muros que protegem o lar e quando eu era muito mais jovem o sexo bastava para me segurar quieto no seu canto, mas hoje, se você quiser me levar terá de beijar com a alma, pois do contrário não vai nem ao menos conseguir pegar em minha mão outra vez...

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